15 de dezembro de 2016

Saudoso eco nostálgico

Foto: Blog Aroma Essencial
Sob o balanço noturno das persianas e a glória do quarto escuro, me prendo à pelúcia carinhosamente chamada pelo teu nome no diminutivo, perfumada com teu aroma, que penetra com minúcia as mais secretas memórias do âmago.  Despertam sensações dos últimos trezentos e sessenta e cinco dias que fluíram.
Uma dose pro olfato,
precedido de arrepio.
Sinopse de emoções em baixo relevo,
precedido de arrepio.
Tua imagem enclausurada na mente,
precedido de arrepio.
A ligação mais forte de passado, presente e perfume.
Você.
Arrepio. Tua voz, tua lembrança, os riscos que perambulam por te pertencer em cada vinda que se estende e posterga novos inícios. As armadilhas que se lançam a cada vez que uma palavra é proferida em um recinto errôneo, e abre passagem para uma luz que não é própria, despertando amarguras ou posses que emergiam e não sucumbem para este fim.
Teletransportes transmitidos encadeadamente pelos esquemas magnéticos do coração dos quais você se enraíza deliberadamente, cogitando a ideia de o relógio das horas indicar a saudade, no solar do seu intenso declínio, que não pode parar, não postergando o sossego pra depois, por já conhecer os reflexos do gosto doce da presença.
É pensamento-brasa que ecoa com afinco, e transmite todas as vertentes emocionais do gosto vivo por algo que não se sabe o quê, projetadas para existirem fora do acaso, atrelado à robustez que não dorme enquanto não termina, e se dão por satisfeitas a todas as vezes que retorna à superfície e lá está você, de braços amarrados pronto para alavancar com entusiasmo a proteção que mais parece divina, aliando o sorriso de origem eufórica à luz que alivia qualquer cansaço, e anula sentimentos adjacentes outrora confundidos com aniquilamento à sobriedade, transformando em luz que quer viver,
permanecer
e enaltecer frutos nossos,
por conseguinte, severamente, sob nenhuma forma de desintegração
para a desconhecida posteridade.

BARROS, Joyce Gabriella. 12 de Dezembro de 2016.

3 de outubro de 2016

Atrevimento dos corajosos

Escolhas feitas com a 'cabeça quente' ou num momento muito confuso são capazes de gerar más consequências... interrompa a lava que brota no seu peito e aprenda a reconhecer que esse é um mau momento para decidir alguma coisa. É melhor não sentenciar nada por enquanto, por essa ser uma hora propícia apenas para recolher-se. 
Nesses momentos, vale buscar apoio em suas crenças espirituais, se tiver alguma. É possível que a noite escura que você atravessa seja apenas uma fase temporária. Com essa questão, surgem outras inquietações: a dúvida de que nada será como antes, de que a dificuldade durará para sempre e de que existe uma só saída possível, a fuga. Isso não é verdade. Muita água ainda pode rolar debaixo dessa ponte se, como bons comandantes, tivermos a coragem de manter o leme na mesma direção durante a borrasca. Mas também há a época certa para ouvir as inquietações da alma e fazer novas escolhas. É quando elas são muito insistentes e duram há muito, muito tempo. Um longo processo, portanto. 
Pode ser que esteja realmente na hora de você mudar de vida, de abandonar projetos antigos e de se renovar internamente. Mas lembre-se: nunca é alguma coisa fora de você, ou principalmente uma pessoa fora de você, que deve ocasionar esse novo caminho. A opção pela mudança vai requerer uma transformação íntima, pessoal e profunda, mas ela deve surgir de uma escolha interna sua, só sua, sem influência de ninguém ou de uma circunstância externa. E esse pode ser o seu momento de escolher, sem medo. Então respire fundo para encontrar força e coragem. Levante a cabeça e vá em frente. Desconfio que alguém, sorrindo, vai estar perto de você a cada passo. 
E assim, cada vez mais, o aprendizado perpetuará. Hoje, melhor que ontem. Amanhã, muito mais que hoje e dia após dia, a cabeça se constituirá, tomará as rédeas de si mesma e receberá da melhor forma o fator de transitoriedade das coisas. Sejam elas saudáveis ou decrescentes.

Joyce Gabriella Barros.