oi, eu sou joy e hoje fazem 510 dias que eu fui passar um mês fora de casa e não voltei. em dois dias finalizo meu desafio pessoal de 20 dias de bike com -2kg pra conta e uma satisfação imensa por ter mantido a consistência. pra mim, se trata de uma boa dose de vitória. fui dormir com reflexões, que depois de digeridas, acordei pronta para expeli-las. hoje em dia eu continuo a nutrir uma amizade muito profunda com um antigo afeto a ponto de sairmos, trocarmos ideias pra falar sobre coisas da vida. quase como um confidente onde há um mútuo entendimento de emoções. desde sempre houve, talvez por isso persista. no fim, a permanência era essa: um laço inquebrável com alguém muito importante, que por breves e intensos momentos insistiu em virar alguma outra coisa, e tudo bem. às vezes a gente precisa provar o gosto de algo pra saber que não era bem aquilo. enfim, voltando... a pauta ontem foi sobre a falta de vontade por estabelecer romances e outros laços com pessoas aleatórias. houve um tempo que existia uma incessante procura pelo preenchimento, ou uma "virada de chave" ao se relacionar com outras pessoas esperando que em algum momento viesse uma "certa", que nos salvasse da vida. hoje, eu vejo que relacionamento não é nada mais que uma dedicação de mão dupla pra fazer dar certo. uma construção. não é algo que simplesmente aparece como num passe de mágica. lembro que na nossa época de interação amorosa, ambos justificaram o fim como a falta de desejo pelo outro. agora, sob os relatos dele que não tem estado tão afim de trocas além de beijos e carinhos momentâneos, percebo que quando estamos dentro de uma relação, tendemos a culpar o outro pela ausência dos nossos quereres. é como se ali dentro, a outra pessoa tivesse que estar a postos a todo momento para nos instigar "momentos mais quentes". e olha que talvez a gente nem saiba direito o que acende o nosso fogo de fato. é uma eterna descoberta, mas tem que estar sempre pondo em prática, colocando o braço à torcer. o outro tem os momentos dele, os direitos dele e muito desses "problemas" que enxergamos no externo estão lá dentro. beeem fundo. isso me faz lembrar das minhas escolhas, os tempos "de teia de aranha" que passo quando estou sozinha comigo sem dividir atenção com ninguém. por livre e espontânea vontade. é como um preparo para o que vem depois. o que vai me despertar o desejo de me entregar de verdade e nem sempre isso se encontra à toa, em qualquer lugar. esse texto é pra lembrar que tudo é muito sobre nós mesmos. a relação não esfriou. eu quem esfriei. o outro não deixou de sentir desejo. talvez eu mesmo que tenha deixado de sentir por mim mesmo. e tá tudo bem aceitar isso. o mundo não gira em torno dessas coisas que a gente só mirabola diante das carências. estar sozinho é tudo. se bastar e se bancar, também. é preciso satisfazer a si próprio com coisas que tragam vida, que vão além de casualidades premeditadas. o instantâneo até favorece. mas o acaso mesmo, a gente precisa se preparar muito pra encontrar. sem esperar muito. há de se estar distraído.
2 de fevereiro de 2024
dia____510, belo horizonte 2024: isso me faz lembrar das minhas escolhas
1 de fevereiro de 2024
dia____509, belo horizonte 2024: gratidão por cada coisa estar no seu lugar
oi, eu sou joy e fazem 509 dias que eu fui passar um mês fora de casa e não voltei. antes a minha versão de hoje voltasse atrás pra pegar na minha mão e dizer que tudo ficaria bem. que eu daria conta. que aquela relação seria mil vezes melhor se ficasse só na amizade sem ir mais além. se sair daquele trabalho que sugava iria abrir tantas outras portas adiante para que eu me descobrisse como uma pessoa para além da minha profissão. que tudo aconteceria magicamente em consonância com os meus sonhos, e que ninguém tinha acesso aos arquivos senão eu. há um propósito pra tudo e todas as coisas nos levam para esta direção. como um longo caminho em que não sabemos bem para onde estamos indo, existe uma orquestra totalmente organizada para fazer cada nota saber a hora de entrar. está escrito o que a gente escreve. o que busca. eu tenho desejos muito maiores que eu, alguns, eu não saberia nem definir em palavras de tão grandiosos e impalpáveis. em momentos me engasga a sensação de não poder pari-los de dentro de mim principalmente por não saber como, muito menos ter ferramentas necessárias para tanto. é como se sempre faltasse um empurrão. de alguém, do destino, de alguma força maior que me envolve. é como viver na horizontal imaginando a vertical. um caminho infinito de evolução mas que tudo se conecta conforme o tempo passa. eu me pressiono, imagino a vida sendo uma outra coisa além do que ela tem sido agora, mas ela não tem a capacidade de ser além do que é pelos simples falo de ela ser APENAS o que ela é. como ela é. e eu só devo uma coisa: gratidão. por cada coisa estar no seu lugar. por tudo que me trouxe, por tudo que ainda me levará. e é pra isso e por isso que eu escrevo sempre sobre as mesmas questão. pra fixar em mim de que não existe nada errado ou fora de roteiro acontecendo. minha vida inteira vai ser esse galgar de situações que levam às outras e eu sou a única pessoa que jamais poderá soltar da minha própria mão. confiar com tanta fé e ver o tempo passar, as portas se abrindo, e os caminhos levando... a viver tudo o que preciso viver. e isso nem sempre irá de encontro necessariamente ao que eu gostaria de ter. é muito óbvio. mas se parar pra pensar, as surpresas do que aparecem são sempre muito mais extraordinárias do que a gente imagina. e isso é o que faz a vida ser mágica.
BARROS, joyce gabriella. 01 de fevereiro de 2024.