oi, eu sou joy e hoje fazem 513 dias que eu fui passar um mês fora de casa e não voltei. no último domingo, mais precisamente ontem, eu finalizei o meu desafio de 20 dias / 20km de bike por dia. claro que por motivos maiores, eu andava bem mais que isso, principalmente devido às locomoções externas. a bike tem sido meu maior sinônimo de mobilidade urbana. além do treino e da aventura, claro. nem ônibus, metrô, ou uber (a não ser que seja o último caso). então, de toda essa contagem e preparação, eu a minha companheira de duas rodas tivemos uma marca de pouco mais de 600km nesse período de tempo. lembro que a última vez que gravei pro podcast, estava ainda muito verde, prestes a completar o dia 3 do desafio, então o medo era fazer alarde sobre isso e simplesmente não conseguir ser consistente, o que acabou por me afetar bastante num primeiro momento. sorte a minha que na briga entre as vozes da minha cabeça, a sensatez junto à determinação e disciplina venceram. juntos, me levaram a concluir. alguns dias levei a crer que fosse impossível ter estímulo pra enfrentar tudo o que eu enfrentei, na mente e no físico, como o trânsito do dia a dia, que não era muito fácil de lidar porque não era algo que dependesse de mim. apesar dos pesares, alguns dias foram mais difíceis que outros. outros infinitas vezes mais fáceis, tal qual um "suco de veludo". é muito sobre a nossa relação com a nossa mente também. sempre vai depender do nosso diálogo interno. lembro que quando eu acordava feliz, inspirada, com vontade de viver, tudo parecia dar certo e o caminho era totalmente cor-de-rosa. em contrapartida, mesmo nos dias ruins, em que eu era movida pela força do ódio e aconteciam diversas coisas no trajeto, a sensação que ficava no pós era sempre de: gratidão por ter enfrentado tudo isso, olha como você se sente melhor agora. os três finais de semana que permearam esse desafio foram bem diferentes um do outro. o primeiro, mais longo, acompanhada por mais dois ciclistas, teve uma trilha de +-80km da cidade e o "prêmio" foi um magnífico banho de cachoeira. no segundo, fui sozinha dar a volta na lagoa da pampulha. me perdi, mas me encontrei. foi realmente muito satisfatório. o terceiro, por sua vez, apesar do medo de ir na cidade vizinha apenas na companhia de mim mesma e ter que enfrentar uma solidão unida ao perigoso fato de ser uma mulher passando por lugares totalmente ermos e inabitados mexeram comigo. pude pensar nos possíveis acidentes que poderiam ocorrer, por mais que super comuns. mas, pra minha não tão grande surpresa, no fundo eu já imaginava que tudo correria bem. e correu. eu me superei muito. essa é mais uma lição para eu não duvidar de mim e de onde sou capaz de chegar. estou ansiosa pelos próximos desafios, porque taí uma palavra que ME MOVE. sou movida por provas, por tudo aquilo que me faz ser melhor do fui ontem. é um belo combustível pra viver a eterna competição de eu comigo.
BARROS, Joyce Gabriella. 5 de fevereiro de 2024.