23 de setembro de 2015

Assim falou Zaratustra, p. 17 - 19

Eu só amo aqueles que sabem viver como que se extinguindo, porque são esses os que atravessam de um para o outro lado. Amo os grandes desdenhosos, porque são os grandes adoradores, as setas do desejo ansiosas pela outra margem. Amo os que não procuram por detrás das estrelas uma razão para morrer e oferecer-se em sacrifício, mas se sacrificam pela terra, para que a terra pertença um dia ao Super-homem. Amo o que vive para conhecer e quer conhecer, para que um dia viva o Super-homem, porque assim quer o seu acabamento. Amo o que trabalha e inventa, a fim de exigir uma morada ao Super-Homem e preparar para ele a terra, os animais e as plantas, porque assim quer o seu acabamento. Amo o que ama a sua virtude, porque a virtude é a vontade de extinção e uma seta do desejo. Amo o que não reserva para si uma gota do seu espírito, mas que quer ser inteiramente o espírito da sua virtude, porque assim atravessa a ponte como espírito. amo o que faz da sua virtude a sua tendência e o seu destino, pois assim, por sua virtude, quererá viver ainda e deixar viver. Amo o que não quer ter demasiadas virtudes. Uma virtude é mais virtude do que duas, porque é mais um nó que se aferra o destino. Amo o que prodigaliza a sua alma, o que não quer receber agradecimentos nem restitui, porque dá sempre e não se quer preservar. 

Amo o que se envergonha de ver cair o dado a seu favor e que pergunta ao ver o tal: "Serei um jogador fraudulendo?" porque quer submergir-se. Amo o que solta palavras de ouro perante suas obras e cumpre sempre com usura o que promete porque quer perecer. Amo o que justifica os vindouros e redime os passados, porque quer que o combatam os presentes. Amo o que castiga o seu Deus, porque ama o seu Deus, pois a cólera do seu Deus o confundirá. Amo aquele cuja alma é profunda, mesmo na ferida, e ao que pode aniquilar um leve acidente, porque assim de bom grado passará a ponte. Amo aquele cuja alma transborda, a ponto de se esquecer de si mesmo e quando esteja nele, porque assim todas as coisas se farão para sua ruína. Amo o que tem o espírito e o coração livres, porque assim a sua cabeça apenas serve de entranhas ao seu coração, mas o seu coração leva a sucumbir. Amo os que são como gotas pesadas que caem uma a outra da sombria nuvem suspensa sobre os homens, anunciam o relâmpago próximo e desaparecem como anunciadores. Vede: eu sou um anúncio do raio e uma pesada gota procedente da nuvem; mas este raio chama-se o Super-homem.
Friedrich Wilhelm Nietzsche, filólogo, filósofo, crítico cultural, poeta e compositor alemão do século XIX.

17 de setembro de 2015

Atividade = oportunidade!

Só queria dizer que, em cada atividade, seja ela remunerada, física, acadêmica, ou qualquer uma outra, tem-se a possibilidade de uma oportunidade (atividade = oportunidade!). Automaticamente, o cérebro traça um paralelo diante do que está acontecendo, começando a analisar com perspicácia os detalhes, relembrando porquês, principalmente. É um fado, nada acontece sem razão, está tudo interligado. Há um labirinto dentro e fora de nós. Se pudêssemos olhar nossa vida de cima, saberíamos do que se trata, porque todos os caminhos denotam o mesmo fim, é o chamado destino; 
Existem direções infindas, mas a intuição sempre faz-nos seguir àquela que convém, aquela que lhe trará experiências relevantes com maiores significações para a jornada, mas o resto está lá, apontado. Tive esse pensamento rápido enquanto voltava para casa hoje mais cedo, não sei se sabem, mas tenho uma loja online, e muitas vezes, para satisfazer os desejos das pessoas que se sentem atraídas pelos meus produtos, me esforço para levar até elas - nem tanto um esforço, porque pra mim (mesmo isso soando como clichê), não vejo nada mais válido do que um sorriso de satisfação no rosto de quem se interessa pelo que eu vendo, e a partir disso, me sinto na obrigação de, muitas vezes, levar as peças até a sua casa. Não é uma tarefa fácil. Em alguns casos, percorro lugares desconhecidos que nunca percorri, conheço gente que nunca vi, e melhor, aprendo que o mundo (ou até mesmo a minha cidade) tem mais faces do que se imagina. E vou me virando, procurando, perguntando, observando os deslimites do que me circunda, por onde passo, onde piso, até encontrar o lugar que estou sendo chamada... porque está escrito, tem que ser assim, tudo é válido, aprendizado.
Joyce Gabriella Barros.

"A curiosidade é a nova coragem."