Sabe que eu vejo muita consistência no uso do álcool? Primeiramente porque acabei de fazer uso dele, em uma dose exageradamente rápida e aguçada, com uma pequena procedência de vontade de que o efeito fosse assim, instantâneo. Sinto ondas percorrerem pelo meu corpo e sabores coloridos que afagam minhas ânsias. Só o álcool pra me alimentar. Me vejo transbordar em gostos, nesse vazio que me faz sentir pequena aos olhos do mundo, e sem voz, calo tranquila, deito, sobretudo, na vontade de que o amanhã não me pertença, e faço pouco caso da vida, como se não ela fosse trágica o suficiente para nunca me abalar.
Eu gosto das chegadas e das partidas, mas tenho apreço continuo e contributo para o espaço de tempo e razão que se encontra no meio termo: a tal da saudade.
É uma falta dos sintomas que atracam minhas angústias de só alguém que sabe, tão silenciosamente me entender. Não há sufoco e desatino, é só uma maldita forma de compreensão que eu não encontro com totalidade tão simplesmente. E basta, sigo cega, sonhando que de uma maneira ou de outra, a plenitude me pertença, e falta um ar, porque o primeiro deles, meu querido álcool, fez meu mundo desabar quando pôs os pés no chão.
Joyce Gabriella Barros.