restaram no ar reflexos fantasmagóricos nada paupáveis
revestidos do louvor de quem pouco se importa
de quem pouco se move
para ver o vento engajar as diferentes etapas da consciência
Os oscilantes trejeitos de quem não sofre de escoro precoce
para com outrem
e não tem capacidade exata de traduzir subjetividades
por estar ocupado demais cuidado de si
dos próprios interesses
das lacunas que a vida abre dia após dia
e no crucifixo das horas
acorrenta os passos sutis na escuridão
apavorando reflexos por não reconhecer virtudes complexas
que se apoderam de um caráter personificado
na simples projeção traumática do desejo de voltar à estaca zero
sem vírgulas ou variantes a mais
vivendo por viver
longe dos dramas de um noticiário qualquer na televisão
regendo padrões que enclausuram quem somos e quem queriam que fôssemos
sem perspectivas
seguindo o adeus dos passos
por nós que desatam em estados longínquos da estase.
Joyce Gabriella Barros,
15 de Agosto de 2016.