23 de dezembro de 2016

Movimentos cíclicos

O mundo anda tão populado por coisas ruins que às vezes a gente acaba se contaminando um pouco, propagando a negatividade e esquecendo do que nos preenche ainda mais e dá vida ao corriqueiro, Profundamente e a clamar dentro de mim, há uma luz que pede pra nunca parar, nunca deixar, e mergulhar cada vez mais fundo nisso que chamamos de amor.
Crises instantâneas passam, mas o emanar da felicidade e reconhecimento de sua existência, altera o status para iluminado ao saber transmitir-se da melhor maneira possível pro objeto de amor, se enquadrando como um item relevante na construção da nossa experiência e troca.
No mais, me permito adiantar apenas para dizer apenas o quão os teus braços traçam sinais paradisíacos que postergam o fim do mundo e subvertem a ideia desse circuito de maldade e incompletude das coisas, estar ao teu lado é viajar pra uma imensidão incomum e festejar, por no meio de tanta coisa sem graça e frívola, encontrar você, saber que teu sentimento permanece concentrado do lado, na minha linha de acesso por onde quer que eu vá, tornando esse ritmo um verdadeiro fio condutor que nunca para de fluir sobre a intensidade da nossa magnífica relação de transmissões recíprocas entre os nossos sistemas físicos, desencadeando uma saudade anormal e cada dia mais crescente mesmo depois de um energético e prolongado final de semana - lotado de você. 
É um movimento cíclico 
incansável, 
que eu desejo que dure por toda nossa anormalidade
e não escoe no vento ou se perca em andanças mundo a fora.

BARROS, Joyce Gabriella. 

15 de dezembro de 2016

Saudoso eco nostálgico

Foto: Blog Aroma Essencial
Sob o balanço noturno das persianas e a glória do quarto escuro, me prendo à pelúcia carinhosamente chamada pelo teu nome no diminutivo, perfumada com teu aroma, que penetra com minúcia as mais secretas memórias do âmago.  Despertam sensações dos últimos trezentos e sessenta e cinco dias que fluíram.
Uma dose pro olfato,
precedido de arrepio.
Sinopse de emoções em baixo relevo,
precedido de arrepio.
Tua imagem enclausurada na mente,
precedido de arrepio.
A ligação mais forte de passado, presente e perfume.
Você.
Arrepio. Tua voz, tua lembrança, os riscos que perambulam por te pertencer em cada vinda que se estende e posterga novos inícios. As armadilhas que se lançam a cada vez que uma palavra é proferida em um recinto errôneo, e abre passagem para uma luz que não é própria, despertando amarguras ou posses que emergiam e não sucumbem para este fim.
Teletransportes transmitidos encadeadamente pelos esquemas magnéticos do coração dos quais você se enraíza deliberadamente, cogitando a ideia de o relógio das horas indicar a saudade, no solar do seu intenso declínio, que não pode parar, não postergando o sossego pra depois, por já conhecer os reflexos do gosto doce da presença.
É pensamento-brasa que ecoa com afinco, e transmite todas as vertentes emocionais do gosto vivo por algo que não se sabe o quê, projetadas para existirem fora do acaso, atrelado à robustez que não dorme enquanto não termina, e se dão por satisfeitas a todas as vezes que retorna à superfície e lá está você, de braços amarrados pronto para alavancar com entusiasmo a proteção que mais parece divina, aliando o sorriso de origem eufórica à luz que alivia qualquer cansaço, e anula sentimentos adjacentes outrora confundidos com aniquilamento à sobriedade, transformando em luz que quer viver,
permanecer
e enaltecer frutos nossos,
por conseguinte, severamente, sob nenhuma forma de desintegração
para a desconhecida posteridade.

BARROS, Joyce Gabriella. 12 de Dezembro de 2016.