Mas será que é mesmo necessário? Será que a alma do outro clama por algum julgamento vindo de nós? Sim, um juízo de valores. Essa tal palavra, o julgamento, diz tudo: julgar, submeter à apreciação, opinar sobre algo que não está intrínseco à nos ou não nos pertence, e acima disso, por não estar vivendo aquela situação de maneira clara e imersa, faz com que tracemos opiniões dúbias, errôneas e que não são a solução para as lutas do outro, visto que apenas ele tem ciência delas. Saber a hora de falar é uma sapiência, mas ainda mais sensato, é saber a hora de ouvir e retificar: E se fosse comigo ou isso fizesse parte de mim? De que maneira eu agiria ou isso impactaria na minha vida?
Certamente, devido ao repertório das reações, a diferença que reside em cada um de nós, existiriam milhares de probabilidades em opções de ação, não é mesmo?! Então, talvez, nosso semelhante precise tão somente viver suas escolhas a partir das tantas outras que já fez até ali, pois foram elas que o levaram até lá, e não cabe a nós. Ele pode até custar a encontrar o caminho mais justo, mas o importante é que lá chegará, sempre de acordo com sua cadência e o que carecer para atingi-lo, até porque, convenhamos: o que o outro escolheu viver não é da nossa conta.
BARROS, Joyce Gabriella.
08 de Janeiro de 2018