me chame louca,
atrevida,
me chame oca,
me acusa.
és livre.
sou livre.
chama-me como queira,
só não vem falar asneira
pensando que sou o que realmente
queres que eu seja.
o que falares,
não me chega.
não existe auto-perdão
quando a questão é
atender às expectativas alheias.
quando se tem convicção
de quem se é,
lutas,
ou qualquer falta que eu possa reconhecer,
é difícil fazer o pilar pender.
quando há firmeza
o suficiente para permanecer no chão
saber ficar,
ir embora,
ou voar.
o que sabes, no fundo,
é tão superficial
e trágico,
que não sobra nem ao menos
uma pitada de compaixão
por todo o resto.
não arrisque saber demais,
terias medo.
tudo o que há aqui,
é meu.
e isso, amor,
é 1x1 entre eu e mim.
segredo.
BARROS, Joyce Gabriella.
27 de Novembro de 2019.