2 de fevereiro de 2016

Sobre a paranoia do egoísmo imortalizado

Ilustração: Felipe Frizon
Sim, o egoísmo exacerbado muitas vezes nos corrompe. Talvez seja a ser pouco tal adjetivo. Para adquirir mais intensidade, o egoísmo dilacera. Ele faz com que nós destruamos nossas vontades e aspirações mais ocultas, estejam elas distantes ou não das nossas mãos. 
O que acontece é que, ao tomar pra nós algum tipo de situação como verdade, a gente acaba retendo o mal por dentro - para os pessimistas de plantão, claro - e o que era colorido, vai sendo devorado por sei lá sabe o que, dragões de sangue e fogo inesgotável na garganta capazes e retrair toda aquela convicção que tínhamos até então. 
Um olfato sempre difere do outro, mas não se discute quando eles sabem do que ambos estão falando. Vai ver nem sempre é assim, mas o pior de tudo, é aquela ideia tendenciosa da consciência fazer todo um alarde em cima do visto enquanto o outro lado, para amenizar as coisas, fica fazendo joguinhos baratos de pleonasmos aleatórios, e isso não é saudável. 
É intransferível trocar os moldes comportamentais e emocionais e ver onde eles se encaixam melhor, talvez, reunir provas concretas daquilo que a imaginação insiste em dissipar pelas correntes da emoção e nunca: em hipótese alguma, guardar pra dentro de si. Vira bomba, e todos nós sabemos que toda bomba, uma hora vem à tona e torna a explodir. Ou melhor, implodir a nós mesmos.
Joyce Gabriella Barros.

12 de Janeiro de 2016 02:21am. Chicago, IL, USA, 

29 de janeiro de 2016

Uma pitata de quereres

A vontade mais concreta do momento é rasgar a pele e libertar todas as palavras de dentro para rabisca-las sem sentir, no céu. Quero mirar no futuro com o pé firme no paraíso do presente. É amargo não saber. Voltar sedenta com a luz daquilo que faz falta sem saber do quanto é necessária, uma falta de agir imprópria e que não fere com facilidade, mas deixa cicatrizes profundas no inestimável.


Só de pensar na diferença que faz de tudo aquilo que já ousou possuir, há medo do presságio em regressos. Sirenes gritam ao relento sem saber ao certo a quem pedir um alicerce corretamente. E se conforma, em controvérsia ao que queria extravasar esperando uma favorável troca em comum tão condizente quanto o proferido, levando em consideração de que nada no mundo é tão equivalente quanto a nostalgia do que outrora não está no mesmo lugar, mas elevou-se de tal maneira que acabou se tornando metaforicamente segmentado e mecânico, apesar de seus contrastes.
Joyce Gabriella Barros.