2 de maio de 2016

Sinto lhe informar

"Ponderação está diretamente relacionado à renúncia."
Faz sentido para você? Faz sentindo para mim.

Vem comigo, que eu te explico o porquê. 

Frequentemente nós somos enganados sobre as consequências do fado, do sonho alto, e até do calar a razão. Desvairados que somos, inauguramos o molde de um futuro que ainda não deu o seu primeiro passo, e a finalidade disso, é que sendo o amanhã um projeto - não uma programação; não é possível calcular as margens de erro -, uma construção, uma base sólida de um alicerce de proporção infinita à força de quem o edifica e deposita nele uma força extraordinária. Estando as doses de intensidade medidas a conta-gotas por receio do porvir, sinto lhe informar, é areia atirada ao vento. Não receber resposta à um estímulo, em demasia, corrompe a tudo aquilo que ainda nem a reergueu-se com vigor, os recintos de incertezas dão lugar ao que poderia ser, crescer e prevalecer, e de tudo, tira-se a constatação do que imaginava, por mera reação da ação presente. Não necessariamente estava escrito, fora modelado, até tal ponto que naquela altura seria o mais correto e cabível para a situação. Renunciar vontades por medo de reduzir a emoção à cacos é, sem dúvidas, um disfarce da fraqueza que desde já reconhece o rumo do produto final.
Joyce Gabriella Barros.

13 de abril de 2016

Da série: Elogios, catapulta de alavanques

Imagem: Zé Burnay, ilustrador e designer gráfico lusitano.
Dizem que elogios não rendem, que postergam a estirpe do topo e a boa e velha crítica é o combustível para tal. Será? Saltando para a ala da pessoalidade, afirmo, elogios atuam sobre mim como uma força catapultesca a me lançar em pleno ar. Incentivam, regam - em alto e bom som - para que eu floresça. Entretanto, qual o poder da crítica? Nos mais fortes (relativamente falando), tomá-la como apoio, sem inferir jamais a sua terna confiança, não é concebido como injúria. Em relação à outrem, exala uma infinidade de sentimentos relacionados às feridas na auto-estima, fazendo com que selos da cabisbaixisse permeiem, entre campos que poderiam pairar sobre os efeitos dentro de um hiato, o ato, e destrói o castelo antes mesmo de ser erguido. Claro, é dicotômico: há aqueles, masoquistas, que cultivam júbilo ao passar por cima dos receios ou dúvidas dos postos contra, evocando represálias. Nesse sentido, não parece haver algo melhor do que a inspiração de um elogio encantadoramente sincero. Isso, porque de fato, nasce ali, um esforço para atingir a excelência, vestido de superação, de viajar-além. E é disso que somos feitos, escadas, degraus que compunham desmedidas que pouco a pouco nos impulsionam; uma crítica, nas mãos de um devastador de sonhos, pode derrubar um conselho de ideias, e consequentemente, gerar desacreditamento da vida. Eu juro que gostaria de ver as duas faces da história, a quê são movidas as hipérboles de um elogio ou a peleja de uma crítica, para comparar qual dos caminhos afeta melhor a lei de que você não precisa de ninguém além de você mesmo para contar a própria história, mas, provavelmente, o primeiro não atenta às dúvidas. No mais, toda forma de elogio é bem-vinda, alicercílica
Joyce Gabriella Barros.
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* catalputesca: relativo à catapulta.
   cabisbaixisse: // cabisbaixo.
   alicercílica: // alicerce.