Hoje é segunda-feira! Dia internacional do início da dieta, da mudança que viemos prometendo desde a quinta-feira da semana passada, dia de revolucionar, de amar o próximo, mudar as atitudes, ser um humano melhor, plantar uma árvore, ou de arrumar a bagunça do quarto que vem sendo adiada há semanas... é o tal do "amanhã eu faço/começo/renovo" de todo domingo a noite... é dia de ser diferente!
Mas será que essa transformação tem surtido tanto efeito assim, do sentido dentro-pra-fora e tem ido além da segunda-feira?
Com toda a hipocrisia do mundo escrustada nos ditos acima, eu sou uma das 99,9999% da massa global procrastinadora de vontades que joga todas as responsabilidades sem medo nas segundas-feiras, que por haver duas, três, ou quarenta e quatro por ano, agem como se não pudesse haver uma possível saturação ou um chega pra lá bem dado da vida.
Começar às segundas-feiras é fácil, mole, a coisa mais suave do mundo que nem parece que existe a parte difícil(?). As vezes nem é, a gente só faz parecer com que seja. Conservar a longo prazo o novo plano de vida que daria todo um sentido pra ela e atrelaria aquele olhar vivo que reluz feito ouro, como quem está prestes a começar um novo projeto, é a maior revolução que podemos fazer dentro da gente. Manter o pulso firme diante das adversidades, intempéries ou como queira chamar, é uma tarefa árdua, que sem dúvida requer um policiamento interno muito forte de você para com você mesmo. É aquela velha história de tomar as rédeas de si mesmo, lembra? De quando nossas vontadezinhas estão a ponto de nos dominar, pegá-las pelo braço com os seguintes dizeres: Chega!!!!! Isso não é o melhor que pode fazer por mim. Quem manda em você, sou e-e-e-e-u! E basta.
A receita é básica: Sempre que se sentir caindo, tomar equilíbrio, respirar, levantar e recomeçar. Necessariamente nessa ordem.
2017 possui 52 novas oportunidades de melhorar a cada semana. E bem..., estamos na 17ª, pra ser mais precisa. Tem muito chão pela frente ainda, né?! Mas pensando melhor, são mais 35 novas maneiras de recriar os planos, fazerem-os melhores, ao invés de erguer pausas catastróficas ou a bandeira vitimista do 'eu não posso' que contraria o projeto inicial.
E aí, segunda após segunda, dia após dia, everytime, vamos nos tornando outro sem percebermos, alheios àquele antigo eu insistente preso à monotinia barata de ser sempre um... e a segunda-feira passa a ser só uma marcação no tempo, um dia de coisas totalmente novas que caminha com os próprios pés e não com os empurrões de barriga.
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BARROS, Joyce Gabriella.
SEGUNDA-FEIRA, vinte e quatro do quatro de dois mil e dezessete.
24 de abril de 2017
6 de março de 2017
A eternidade de um instante
Você tem sua música preferida, tem seus sonhos depositados no filtro de um aquário, com reminiscências mágicas que enclausura qualquer pesadelo em dia ruim, escolhas particulares que condensam e transcendem o que você significa, bem como a razão e transparência da existência encaminhado por tudo aquilo que você transmite e tem transmitido. E tudo isso nem sempre está situado na efemeridade do presente.
Nesse sentido, Leminski diria:
"O que o amanhã não sabe,
o ontem não soube.
Nada que não seja hoje,
jamais houve".
O que determina o que virá? Segundos planos, ações deliberadas inconscientemente sobre aquilo que não se sabe se irá emergir à superfície?
Não é possível que seja errado considerar situações a partir de sua eternidade em um instante, da unicidade de algo que não será nunca mais do jeito que acabou, tal qual a tenacidade de um porquê desprovido de questionamentos supérfluos. Fatos não se repetem, e parafraseando Parmênides (502 a.C), não banharemo-nos em um rio com a mesma água, pois ao passo que correm, elas não são mais as mesmas, assim como nós, não o seremos outra vez. Somos sempre outros, estamos sempre sofrendo profundas e dolorosas transformações que ora nos enobrecem, ora nos desconjunturam por completo.
Então por que negar a eternidade de um instante? Por que não fluir com ele, sempre, como se fosse um ciclo de constantes primeiras vezes? Assim como tudo que é sólido desmancha no ar (Berman, 1997), no sentido mais claro da palavra, partículas do que está sendo nesse instante em breve virarão poeira do pretérito...
"essa é a melhor viagem da minha vida",
"realizei o maior sonho que eu tenho",
"transpus barreiras que jamais correria",
"corri riscos impagáveis",
"fiz juras eternas que não achei que quebraria",
"você é o amor da minha vida",
mas que vida?
Existem uma infinidade de vidas dentro de uma só vida,
e ela recomeça, todos os dias.
Você é o amor da minha vida agora.
No tempo exato dessa vida, até que venham outras,
até não tornem a este plano nunca mais.
Por hoje é só.
Amanhã tem mais.
Mas quem garante que haverá?
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BARROS, Joyce Gabriella.
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BARROS, Joyce Gabriella.
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