1 de dezembro de 2023

dia____447, belo horizonte 2023: desejos dezembros

oi, eu sou joy e hoje fazem 447 dias que eu fui passar um mês fora de casa e não voltei. começa hoje a contagem regressiva de 1 mês para um novo ano nascer. dezembro é aquele mês de união, retrospectivas, recessos, repaginadas, revisões e todos aqueles rés que não cabem num cartaz. só não vale dar ré, andar pra trás. por um panorama geral, eu sinto que muita coisa mudou até hoje. me sinto uma nova pessoa, com um novo olhar, e cada dia aprendo algo interessante comigo. mexo nas minhas percepções, analiso, e organizo mais uma vez. até tirar de lugar pra encaixar de novo. nesse tempo todo, lidei com muito peso de coisas que iam além das minhas condições. outras coisas me fizeram pensar que seria o fim do mundo, mas hoje eu vejo que não foram nem de perto o que a minha paranoia delirante me fez imaginar. tenho lutado pra estar cada vez mais perto de mim, do que sou, do que quero e vim fazer. de pessoas que me celebram e que me permitem celebrá-las também, sem medidas, sem a dureza das nossas incapacidades muitas vezes expressas sem querer, a mais pura externalização da vulnerabilidade que a todos conecta. me envenenei de ciúmes/posse de coisas que nem a mim pertecem de verdade, porque no fim das contas nada é nosso, a única coisa que talvez seja, é o nosso controle de si; mas reconhecendo lugares na vida alheia, e principalmente o meu, na minha, eu pude me reerguer, me firmar e entender que sou tão humana quanto pra poder experimentar tudo o que vim sentir nessa vida. e nem sempre são as melhores das melhores coisas. desafios fazem parte e a gente só não pode parar ou achar que a luta acabou. ela nunca acaba quanto termina. uma se vai para que mil outras venham, e tá tudo bem. a gente segue cada vez mais firme dessa vez, sabendo exatamente onde pôr a energia, já que dizem por aí que tudo o que a gente foca demais tem o dom de crescer sem fim, né? então para os próximos dias, pego na minha mão, me abraço, me acolho e digo: eu vou conseguir. já consegui mil vezes antes, por que agora seria diferente? ultrapassei limites impossíveis, vi coisas que nem nos meus melhores sonhos imaginei que veria e aqui estou, viva, forte e com histórias a mais na caixa. é disso que a vida é feita, da magia que a gente é capaz de enxergar no dia a dia e na busca sempre do mais, do que a sabemos que nosso sentido de impulso nos direciona. é nada mais do que sintonizar na energia e deixar a vida levar com aquele otimismo intrínseco e pé na fé. ela sempre sabe pra onde está indo.

BARROS, joyce gabriella. sexta, 01 de dezembro de 2023.

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30 de novembro de 2023

dia____446, belo horizonte 2023: transpirando mudanças

oi, eu sou joy e hoje fazem 446 dias que eu fui passar um mês fora de casa e não voltei. sempre gostei de me relacionar com pessoas que atravessam o tempo, transpiram mudança. pouco passou, mas mudaram muito. e isso ficou nítido. nada contra quem "aparentemente permanece igual" (como não se pode ter mudado nada? nem sequer um pensamento? será que é possível?) essas são as melhores pessoas, na minha mais humilde opinião. e não que ela seja a certa. pra mim é. pessoas que se abrem pro novo, que transmutam, que hoje já não são mais os mesmos, que venceram um defeito, que mudaram alguma coisa na forma de falar. que fizeram pequenas coisas que mudaram tudo. essas são as pessoas. eu amo quando a vida me leva a elas.

eu posso me identificar com algum lugar e simplesmente querer ficar lá, até eu descobrir que não faz mais sentido. "às vezes, é um processo que leva meses, às vezes anos", contou ela mesma depois de nunca ter voltado pra se despedir. há mais de um ano. "a vida continuara", pensou ela. mas dentro muita coisa mudou. cenários mudaram. todas as coisas que ela construiu na mente dela ao longo de tudo que ela achava que era a vida, de alguma forma, transmutou. por muito tempo, ela refletiu sobre isso. a vida foi apenas acontecendo. tudo no seu fluxo e ritmo. e ela sempre soube se entregar. tá aí uma coisa que ela fazia com destreza: entrega. afinal, era pura água. peixe.

quando não me entrego às mudanças (que vêm como um vendaval) me sinto morta. estagnada. sem perspectiva. parece que existe um vácuo. uma grande tela em branco pintada pelas incertezas. eu preciso sempre estar em contato com alguma coisa que ainda não vi. e não precisa ser algo grandioso não, tá? basta um pensamento. uma palavra. uma história. preciso sentir nas minhas veias que vivi algo novo naquele próximo instante. se não, apenas vegetei. morri. não tem como uma rotina ser levada ao pé da letra. você faz a mesma coisa todo dia, mas você é o mesmo todo dia? você mudou, mesmo o escopo sendo sistemático, a forma de ver sempre tem um novo jeito de ser enxergada. se com esses olhos tiver sido visto.

a minha maior relação diária é a eu vs. o externo. ela muda todos os dias. as outras, mudam minha forma de percebê-la. não tenho como acordar te amando mais ou menos. mas posso ter algum olhar novo sobre você. então, de mim pro mundo, eu vejo isso como a oportunidade de ser diferente outra vez. me dá mais ânimo de vida. como falei antes, todo dia que mudo um pensamento de lugar, sinto que venci mais um dia. sinto que valeu. quando chego no limite da adrenalina > exaustão/sobrecarga. eu preciso enxergar não de uma maneira x ou y, mas ver o óbvio. as cartas sobre a mesa. não o que quer dizer, mas o que de fato, é.

me desligo de lugares que tem muita opinião concentrada, ainda mais em on-line. dou um mergulho fundo. não quer dizer que não continue tendo meus acessos de raiva, tristeza, angústia e até mais picos de extrema felicidade a respeito da vida. mas pelo menos, consegui pensar por mim sem sofrer influências externas.

livre. eu tô na busca por essa liberdade de ser e sentir. mas primeiro, preciso entender o que é. não é fácil traduzir-se pra si mesmo. algumas pessoas passam a vida inteira tentando e não conseguem se comunicar consigo mesmas. isso deve ser angustiante. pode não parecer, mas existem pessoas que fazem totalmente o contrário do que planejaram para si mesmas. vez ou outra me pego desviando na direção desse caminho.

ficar em silêncio e imaginar um mundo ideal, por mais que seja levemente utópico, dá pra viver pelo menos na marginal desse mundo, paralelo, vivendo aliadamente. talvez isso vá o construindo de um jeito bom. ainda não descobri a fórmula mas essa é a minha busca. alinhado à isso, por mais que eu tropece pra caramba e seja altamente controversa comigo em uma parcela de vezes.

tento ao máximo possível me perdoar. isso me cura de mim. assim, sigo em frente mais leve, amiga do que vejo no espelho e sinto dentro. como uma tentativa de apoio às minhas decisões sem me crucificar. se for pra sentir algo extremista, que seja um apoio. escandaloso.

lembro o quanto eu caminhei pra chegar onde eu cheguei. para alguns pode parecer pouco. para outros, muito. mas só importa como eu vejo isso. não me deixando desfiar para as coisas que os outros querem que eu seja. lembrando do que quero ser e sou. por mais difícil que seja, ser sincera. querer ou não querer algo pode ser simples. não causar dor nem danos.

BARROS, joyce gabriella. quinta, 30 de novembro de 2023. 09:39.

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