20 de janeiro de 2024

dia____497, belo horizonte 2024: conseguindo avançar perante eu mesma

oi, eu sou joy e fazem 497 dias que eu fui passar um mês fora de casa e não voltei. seguindo pro dia 5 do desafio pessoal, acordei beeem mais cedo que o habitual. mas não fui dormir tão cedo assim. lembro que antes de deitar, mentalizei: "quero acordar muito cedo e disposta amanhã", e assim que o despertador tocou, tentei adiar, mas estava longe demais, não parava de tocar e não havia ninguém que desativasse pra mim. por ser um dia de sábado e, na minha opinião, o melhor dia da semana (não só porque foi o dia em que eu nasci). a hora que eu estava voltando pra casa era a hora que ontem, eu estava indo. pra você ver, nenhum dia é igual e dá pra fazer as coisas de um jeito diferente pra sentir de um jeito diferente. foi muito bom acordar disposta, sentir a vibe matinal da vitamina D gostosa das 6:30h da manhã irradiar meu corpo. inclusive, fiz meu melhor tempo no treino em jejum hoje. sentia que a bike flutuava enquanto acelerava os pés. tudo fluindo e nada a reclamar do trânsito. ainda são 10h e eu já fiz tanta coisa hoje, posso dizer que os dias tem sido absurdamente produtivos e eu me afogo a cada dia mais num sentimento puro de gratidão, não só pela minha perseverança, mas por estar conseguindo avançar perante eu mesma. no primeiro dia a gente sempre acha que não vai dar conta, mas conforme o tempo vai passando, você vai encontrando um poder lá no fundo da alma que é capaz de iluminar tudo. é como mudar de vida mesmo estando numa mesma vida, porque isso inclui uma troca de perspectiva muitas vezes bem brusca, forçada, mas que não dói, de tão natural e predestinada que estava a ser. e traz paz pros dias, alivia a caminhada, deixa tudo mais leve, porque mostra que não é preciso coisas de coisas muito estrondosas pra fazer barulho. viva a vida!

BARROS, Joyce Gabriella. 20 de janeiro de 2024. 

19 de janeiro de 2024

dia____496, belo horizonte 2024: agradeço por ter voltado viva pra casa

oi, eu sou joy e fazem 496 dias que eu fui passar um mês fora de casa e não voltei. fui pro dia 4 do meu desafio pessoal e por pouquíssimo não adiei, não desisti. era tarde, o dia estava um pouco nublado, o que me fez ativar o modo "deixa eu dormir mais um pouquinho" no despertador, mas mais uma vez, meu cachorro não deixou e eu tive que sair pra volta matinal dele. o que é bom, de certa forma, porque são minutos decisivos e me fazem acordar de verdade. ver o mundo, sentir a energia do sol é saber que mais um dia começou a não dá pra parar ou ficar dando desculpas pra não fazer o que tem que ser feito. eu sei, não tem ninguém me vendo, mas eu preciso ser fiel ao que me prometi. é tão simples. tão fácil. só eu quem poderia ser capaz de dificultar as coisas, de colocar pedras onde não tem. mesmo que as rodovias estejam sempre lotadas, o trânsito não colabore muito, algumas loucuras precisam ser levadas ao extremo. no treino do dia, por exemplo, fui surpreendida ao ver um maluco pendurado num ônibus em alta velocidade. cada curva era um suspiro pensando que ele poderia cair a qualquer momento. sério, era como aquelas cenas de fuga nos filmes de ação. e a galera nas ruas indo à loucura ovacionando ele a cada manobra arriscada que o motorista fazia e ele só precisava se equilibrar em meio ao risco. em alguma dessas horas eu também arrisquei. tentei disputar velocidade com o mesmo ônibus pra tentar me salvar, e ir para o minha zona segura, que é perto do meio-fio (acredito eu). foi um passo que poderia ter me custado a vida, ou pelo menos algum acidente, mas, petulante como sou, eu quis sentir um pouco da adrenalina da disputa de segundos. como citei anteriormente, alguns pontos soam como obstáculos que eu vibro a cada vez que os supero. todos os dias, as mesmas dificuldades de cruzá-los, e a paz paira, quando ultrapassados. quando perto do caminho de casa, fiz a ultrapassagem de um carro parado pela direita, quase engolida por um bueiro e batendo o retrovisor do carro, uma mulher dentro num tom de reclamação ou preocupação algo falou mas eu nem dei tanto cartaz, acho que eu não estava tão certa. pra eles, os ciclistas nunca estão. de toda forma, não há respeito de ambos os lados. quem é mais forte sempre prevalece. e é mais um dia que eu agradeço por ter voltado viva pra casa. 

BARROS, Joyce Gabriella. 19 de janeiro de 2024.