3 de outubro de 2016

Atrevimento dos corajosos

Escolhas feitas com a 'cabeça quente' ou num momento muito confuso são capazes de gerar más consequências... interrompa a lava que brota no seu peito e aprenda a reconhecer que esse é um mau momento para decidir alguma coisa. É melhor não sentenciar nada por enquanto, por essa ser uma hora propícia apenas para recolher-se. 
Nesses momentos, vale buscar apoio em suas crenças espirituais, se tiver alguma. É possível que a noite escura que você atravessa seja apenas uma fase temporária. Com essa questão, surgem outras inquietações: a dúvida de que nada será como antes, de que a dificuldade durará para sempre e de que existe uma só saída possível, a fuga. Isso não é verdade. Muita água ainda pode rolar debaixo dessa ponte se, como bons comandantes, tivermos a coragem de manter o leme na mesma direção durante a borrasca. Mas também há a época certa para ouvir as inquietações da alma e fazer novas escolhas. É quando elas são muito insistentes e duram há muito, muito tempo. Um longo processo, portanto. 
Pode ser que esteja realmente na hora de você mudar de vida, de abandonar projetos antigos e de se renovar internamente. Mas lembre-se: nunca é alguma coisa fora de você, ou principalmente uma pessoa fora de você, que deve ocasionar esse novo caminho. A opção pela mudança vai requerer uma transformação íntima, pessoal e profunda, mas ela deve surgir de uma escolha interna sua, só sua, sem influência de ninguém ou de uma circunstância externa. E esse pode ser o seu momento de escolher, sem medo. Então respire fundo para encontrar força e coragem. Levante a cabeça e vá em frente. Desconfio que alguém, sorrindo, vai estar perto de você a cada passo. 
E assim, cada vez mais, o aprendizado perpetuará. Hoje, melhor que ontem. Amanhã, muito mais que hoje e dia após dia, a cabeça se constituirá, tomará as rédeas de si mesma e receberá da melhor forma o fator de transitoriedade das coisas. Sejam elas saudáveis ou decrescentes.

Joyce Gabriella Barros.

16 de agosto de 2016

O pulsar da impaciência

E hoje,
restaram no ar reflexos fantasmagóricos nada paupáveis 
revestidos do louvor de quem pouco se importa 
de quem pouco se move 
para ver o vento engajar as diferentes etapas da consciência
Os oscilantes trejeitos de quem não sofre de escoro precoce
para com outrem
e não tem capacidade exata de traduzir subjetividades
por estar ocupado demais cuidado de si
dos próprios interesses
das lacunas que a vida abre dia após dia 
e no crucifixo das horas 
acorrenta os passos sutis na escuridão
apavorando reflexos por não reconhecer virtudes complexas
que se apoderam de um caráter personificado
na simples projeção traumática do desejo de voltar à estaca zero
sem vírgulas ou variantes a mais
vivendo por viver
longe dos dramas de um noticiário qualquer na televisão
regendo padrões que enclausuram quem somos e quem queriam que fôssemos
sem perspectivas
seguindo o adeus dos passos
por nós que desatam em estados longínquos da estase.
Joyce Gabriella Barros, 
15 de Agosto de 2016.