Provavelmente esse é um dos dias no qual eu lembro que o tempo está ficando mais curto, rápido, e consequentemente, danoso. Atualmentes são breves, passageiros e a intensidade de seus momentos faz eles esgotarem-se imoderadamente desbastando todas as raízes fincadas no coração. As palavras são fortes, o abalo destrutivo, não suportando, transborda, aquoso, danifica e mata, consumindo aos poucos a vontade que se torna urgente, inconsequente, vivaz e quase transparente a ponto de deixar-se perceber o quão o coração está perturbado.
Pense no lado bom, pense no lado ruim, no não mais estar, no poder ter provado o doce amargo de sentir um paraíso fora do lugar, um tão bonito começo sem fim que extrapola todas as conexões, traz um mistério indigno e profundo no qual se guarda, indefinido saber se haverá mais ou tão quanto, mesmo revelando para si que nada é igual e tudo é intermitente pairável pelo ar até encontrar a bolha completa, maleável, sentimentalmente escandalosa que faça penetrar o espírito de uma maneira tão inexata e complexa, que dificulte a passagem de outros tipos de transmissões.
A vida, que permite tantos intervalos, situações relativamente profundas, que nos fazem ansiar pela discórdia e lado escuro do depois, que faz com que se morra um pouco por dentro dependendo da beleza do incerto, e ainda sim, intensa-nos a mergulhar num mar sem fim que se chama a flecha no momento crucial depois do disparo final.
Joyce Gabriella Barros.