11 de maio de 2015

Afinando o tempo

Provavelmente esse é um dos dias no qual eu lembro que o tempo está ficando mais curto, rápido, e consequentemente, danoso. Atualmentes são breves, passageiros e a intensidade de seus momentos faz eles esgotarem-se imoderadamente desbastando todas as raízes fincadas no coração. As palavras são fortes, o abalo destrutivo, não suportando, transborda, aquoso, danifica e mata, consumindo aos poucos a vontade que se torna urgente, inconsequente, vivaz e quase transparente a ponto de deixar-se perceber o quão o coração está perturbado.
Pense no lado bom, pense no lado ruim, no não mais estar, no poder ter provado o doce amargo de sentir um paraíso fora do lugar, um tão bonito começo sem fim que extrapola todas as conexões, traz um mistério indigno e profundo no qual se guarda, indefinido saber se haverá mais ou tão quanto, mesmo revelando para si que nada é igual e tudo é intermitente pairável pelo ar até encontrar a bolha completa, maleável, sentimentalmente escandalosa que faça penetrar o espírito de uma maneira tão inexata e complexa, que dificulte a passagem de outros tipos de transmissões.
A vida, que permite tantos intervalos, situações relativamente profundas, que nos fazem ansiar pela discórdia e lado escuro do depois, que faz com que se morra um pouco por dentro dependendo da beleza do incerto, e ainda sim, intensa-nos a mergulhar num mar sem fim que se chama a flecha no momento crucial depois do disparo final.

Joyce Gabriella Barros.

3 de maio de 2015

Flashes que sorriem teus ânimos

Os olhos fechados sempre funcionaram bem no quesito teletransporte no tempo, é como voltar ao pico inicial desprovido de limites. Minha janela profunda, que se abre a uma imensidão de respostas e memórias, não deixa carga de dúvidas nenhuma.
Vejo teu rosto, a sinuosidade dos teus traços, que me fizeram sentir desde a primeira vez que não era preciso saber de um nome para lembrar - sem sombra de dúvidas - de um sorriso tão cortês e tão quanto, ao mesmo tempo, pecaminoso, que diz tanto sem falar, e que de tão bonito em sua plenitude e serenidade, poderia tocar no rádio como uma canção flamejante no meio de todas as outras...
Tão profunda a marca firmada que não tem pressa ou qualquer equívoco sobre o que costumava ser vão. Estaria eu falando de um segredo? Talvez. Conhecido muito bem pela natureza implícita que nos segue a todo instante e que é capaz de despertar as maiores realidades dentro da pequena existência, esvai toda solidão exalando pureza. 
São momentos seguros, 
um porto,
sem parto,
paraíso,
abraço amargo que de tão doce acalora a alma e traz agudez pro espírito, confia e quer bem e ainda sim, por mais memorável que seja em seu tráfego, não desaparece para tornar-se antepassada.

Joyce Gabriella Barros.