22 de fevereiro de 2024

dia____530, belo horizonte 2024: agradecer pelo que é

oi, eu sou joy e hoje fazem 530 dias que eu fui passar um mês fora de casa e não voltei. talvez seja muito do nosso dever esperar a novidade. mas agradecer pelo que é. pelo que está. se empenhar pra trazer à tona coisas boas além, lá na frente. ontem eu comecei uma nova fase na minha vida profissional. não sei por quanto tempo vou conseguir levar porque os caminhos já foram abertos com muita indecisão e insegurança. não analisando de uma forma ruim nada disso, entretanto, eu ainda não descobri qual o sentido dessa trilha. se faz parte do que vai me levar a algo maior ou tão somente me foi imposto pela vida sem pedir licença. apesar de muito abraçada, tenho a sensação de estar perdida. de que nunca vivi nada antes e minha experiência fora apagada por alguns segundos pra dar espaço a um desconhecido que aperta meu coração. eu sei que eu faço um temporal no copo d’água, mas que culpa eu tenho, se é o jeito como me sinto? dói muito mais do que poderia doer, e eu também sei que eu estou sempre onde me coloco. onde escolho estar. ninguém me obrigou a dar esse passo, não foi simplesmente algo que me veio sem avisar. eu me joguei, e de forma muito despretenciosa, isso veio ao meu encontro também. com tanta vontade de me encontrar quanto eu que estava a procura do que nem sabia exatamente o que era. ou será que sabia? ou será que tinha certeza que merecia a grandiosidade das minhas aspirações? a todo instante o questionamento sobre jornadas corretas, que levam a caminhos certos. eles existem, ou é puro delírio da nossa mente pra nos fazer pensar que deveríamos estar vivendo outra coisa? talvez devêssemos. talvez pudéssemos. é tudo questão de mudança, e, sobretudo, mero ponto de vista. o que resta é descansar um pouco e me entregar, deixar a baleia cortar água sem ficar atinada aos próximos passos; ser levada um pouco por essa maré intensa que é a vida, sabe? ligar o piloto automático e aproveitar a viagem, desfrutar do caminho com muito mais coração e entrega. algo na alma diz que é pra ir. então, vai.

escrevi esse texto às sete e poucos minutos da manhã de hoje, a caminho da nova rotina, e na volta, com os olhos marejados, fui tomada por uma imensa gratidão pelo existir. com a certeza de que tem uma mão muito acolhedora que nunca me abandona e de algum lugar, olha por mim. uma sensação de 1% a mais do que fui em tão pouco tempo que adoça a travessia, me abraça, sustenta o presente. de mim pra mim, meu próprio lar. não há coincidências: todo o amanhã já está sendo lapidado hoje. estava escrito. todos os dias não cansarei de repetir o quanto confio, entrego, aceito e agradeço.

BARROS, Joyce Gabriella. quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024.