10 de setembro de 2015

Sobre manchas de fumaça e presenças infindas

Eu não preciso de uma porta em que você chegue em meia hora, me chame pra gente ir embora, pra ser feliz ou nunca mais. Eu só preciso manter. No presente do infinitivo. Do infinito de nós dois. Tua calma me sacia, lambuza meus pensamentos e a razão corre solta pelo ar dentro do seu perfume veloz, que se propaga dentro da minha emoção como dentro de uma canção, e as horas se repartem fazendo com que eu sinta o calor da tua pele de uma maneira tão natural, que causa certa ânsia pelo mais que ainda não pousou. E aí, as asas do tempo nos pressionam, o sentimento que reluz é o calor das tuas mãos entrelaçando as digitais. E você está, mesmo sem estar. Por rápidos segundos minha realidade cai, a razão corroí, e te sinto. Sem saber. Você está. E são os segundos mais felizes do meu dia. O ápice carnal da tua presença não é constituído por nós, mas pelas nossas almas, que inertes frente a frente à outra, se misturam, e não existem conflitos magnéticos, tudo se dá tão bem e fluido que eu desejaria tudo aquilo para mim em todos os sempres que habitam os planos da existência.
Joyce Gabriella Barros.