6 de novembro de 2017

Supervalorização

Eu valorizo demais algumas coisas.
Abraços.
Beijos.
Carinho.
Afeto.
Mãos dadas.
Proximidade e
distância.
Fraternidade.
Espaço.
Liberdade.
Respiro.
Energia.
Satisfação.
Exagero.
Pausa.
Sexualidade.
Esoterismos.
Reflexão.
Sonhos.
Fantasia.
Desprendimento.
Lealdade.
Libertinagem.
Concretude.
Pé no chão.
Intensidade.
Expressão.


<Silêncio.>

Sobretudo outras coisas nas quais eu poderia ir além, mas preferi me reter ao plano básico, pra não soar piegas.
Eu super valorizo cada detalhe disso, mas é nessas horas que eu me questiono sobre a polaridade dos opostos. Como conviver com um laço que expressa imensa eletricidade,
se não se combina no ato?
Se na entrega de todos os itens da listagem nem tudo se cruza?
Perde o efeito, 
se torna simplório, 
morno, 
áspero. 
E aspereza, sabemos, que não envolve, acomete a uma profunda desilusão, intermédio. 

Toda vez que a gente cativa o outro, desperta em ambos o poder do igualar, e as vontades se cruzam por meio de transparência, até mesmo por via do olhar. 
E se não acontece?
e se você tenta,
busca respostas,
procura se o erro está em si mesmo por não ser tão relevante, flexível, ou versátil ao aprovar receber menos do que espera?
claro, seres humanos.
diferenças acontecem, contrastes são distribuídos gratuitamente de forma desenfreada em se tratando de um par de genes opostos.
não cabe julgar,
mas cabe refletir,
você merece menos do que almeja?
você precisa aceitar o outro da maneira que ele é
pode julgar ausência de amor, mas a mim, é a emoção mais racional que existe, e se intitula de um poder que causa um incêndio ainda maior, o tal do amor-próprio. Revestido dele você não aceita menos; -1 simplesmente não é suficiente, porque você o é! Você se empodera a tal ponto, que ninguém tira o seu posto de si mesmo. Outra pessoa não diminui o seu valor, porque você já é tão focado e intenso nisso, que ele torna-se indestrutível.

Cabe topar por aí com a outra laranja inteira.
que te caiba.
Encaixes tão próprios que tudo se torna leve, anti-sistêmico, calmo, sem grandes cobranças, nem a si nem ao outro. Sem zero a zero quando se quer um a um.

Tudo se torna útil, agradável, mágico. Uma soma,
onde ninguém se vê forçado a nada.

Alguns passam a vida procurando,
outros, encontrando.
Tentativas nunca são em vão.

E você, meu amor,
se assim como eu, não valoriza demais
essas coisas, em tese,
seu lugar não é aqui.

Queria muito te ensinar sobre valorização,
mas não cabe a mim,
é coisa do âmago, sabe? vem de dentro. 
Cada um valoriza as quais bem entende.
Portanto, não se culpe.

Sem mágoa, sem rancor,
Sem tristeza.
Meu amor, o seu lugar
é ao lado de alguém que seja assim,
como você.
No ato.
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BARROS, Joyce Gabriella.
5 November 2017 23:32

3 de novembro de 2017

Nós cavamos a nossa própria cova




Não é a toa quando dizem: nós cavamos a nossa própria cova. Mas há de se ver pelo lado bom, nem
tudo é cova para quem tem o jeito Poliana moça¹ de ver a vida. 

Cova ou não, carregamos um mundo dentro de nós, e ele está encharcado de realidade. Digo, é tudo uma questão de absorção, ou melhor, ser filtro e não esponja. Saber exatamente a qualidade do que estamos 'embebendo' para dentro do nosso corpo, a nossa casa. Palavras, atitudes, exposições oriundas de terceiros, não devem nem podem atingir o nosso interior diretamente; praticando a ação de refletir, olhando cada vez mais para o lado de dentro, agir com eco e repelir a negatividade para que nada abale aquela profunda fé cega. 

As pessoas andam divididas pelas suas boas e más intenções, sobretudo suas energias que nunca mentem, mas não dá para assegurar que a todo tempo estaremos a salvo. Ou será que dá? Talvez, se soubermos como se auto proteger de todos os males, saberemos como classificar as cargas de informações que recebemos todos os dias, ignorando-as ou usando-as de maneira edificante; e não é o bloqueio total para as asperezas da realidade ou simplesmente o fechar dos olhos, a sabedoria-chave é saber direcionar o foco blindando nosso corpo para tudo aquilo que não nutre a nosso mundo.

BARROS, Joyce Gabriella.
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¹: Obra de Eleanor H. Porter, em que a personagem principal, Poliana, vê a vida sempre a mil maravilhas, um mundo 'cor-de-rosa' idealizado e sem maldades, sempre acreditando no potencial de bondade das pessoas, demonstrado com pureza, otimismo e amor. Pode ser caracterizado como uma fuga da realidade, uma vida fantasiosa, onde as coisas ruins não acontecem.