30 de abril de 2018

Impacto que gera impacto!

foto: Joyce Gabriella Barros. Fundación Jesús El Buen Pastor - Bogotá. 

Não há escola melhor que a vida, ou melhor, que as experiências de cada momento em que se sente a presença total. Me encontro impactando e gerando impacto a cada dia que passa ao viver um pouco do todo da cultura colombiana. Seus gostos, seus costumes, suas cores, podem ser um pouco familiares para mim, mas ao viver a fundo, vejo que não. Apesar de serem extremamente calorosos e receptivos, o massa de tudo é poder esquecer um pouco do que sou para agregar um pouco deles, sem perder a essência, claro. Todas as tentativas e erros de falar melhor, de me comunicar e me deixar transparecer tudo o que sinto ao máximo, energizam a experiência e me fazem sentir parte de tudo. Não sei explicar em sentimentos, mas essa tem sido a melhor experiência da minha vida, em que abri mão de tudo para viver quem sou, sozinha, mas ao mesmo tempo cercada de gente tão incrível que me faz perceber que meu lugar é o mundo, e a gente só sabe disso depois que põe a cara a tapa. Vontades não nos levam muito longe, ações, certamente!
BARROS, Joyce Gabriella.
06 de Março de 2018. Bogotá, Colômbia.

27 de abril de 2018

Intercâmbio cultural pela @ AIESEC e suas profundidades

Há 46 dias de um intercâmbio cultural em Bogotá, me pego vivendo como se não houvera amanhã, cada dia sendo como um. Cheguei sem conhecer ninguém e aberta às possibilidades que vão desde a diferença de comida até sair a explorar uma cidade de trânsito caótico e demasiado hospitaleira, ter conversas super incríveis com os conterrâneos ou os irmãos de países vizinhos. Tem sido uma experiência e tanto, única, inverosímil. 

foto: Joyce Gabriella Barros | Bogotá

Vim com objetivos maiores, mas acerca deles, estão todas as coisas que estão se desenvolvendo além de mim, que talvez eu precisasse de tudo isso pra me enxergar, de fato, em outra perspetiva, e descobrir que eu sou a melhor companhia enquanto eu estiver sozinha no meio mundo. Tenho ensinado e aprendido muito, deixado um pouco de mim, e levado um pouco de cada um que cruza meu caminho. É como se todo conhecimento que eu tenho reunido até hoje estivesse fazendo sentido agora. Essa é a proposta. O mundo é mesmo cheio de vida e feliz é aquele que o encara de peito aberto para tudo de mais sagrado que ele pode oferecer. Se eu tive medo de embarcar nessa grande aventura? Sim! Mas coragem é isso, voar com medo mesmo!
¡Dale, Colômbia!

BARROS, Joyce Gabriella.
16 de Abril de 2018. Bogotá, Colômbia.

26 de abril de 2018

Revolución

foto: Joyce Gabriella Barros | Jardín Botânico Jose Celestino Mutis - Bogotá

Quantas revoluções podem acontecer em tão pouco tempo? Mudanças internas, externas, caos. Segundo o dicionário, do ponto de vista físico, revolução é o movimento completo de uma figura em torno de um eixo. Mas a gente tá aqui justamente pra quebrar nosso ponto fixo e se perder por total dele. Esse movimento, circular ou elíptico faz com que um móvel volte à sua posição inicial. Mudar de volta é, mesmo assim, mudar, já dizia Rafael Cardoso. É abrir as asas pro desconhecido e não temer o que já se conhece, provocando dentro de si novas formas de encaixe, caminhos progressistas que levam a um propósito. O que vem na essência. É sonhar sem temer a queda, ou cair, não hesitando o levantar. Revolução e resiliência andam juntas. Para uma acontecer, a outra precisa se fazer presente a tal ponto em que tudo seja passível de adaptação onde nada se perde, tudo se transforma.

BARROS, Joyce Gabriella.
19 de Março de 2018. Bogotá, Colômbia.

25 de abril de 2018

A vida é uma viagem

Sentar ao mar, mirando o pôr-do-sol mais incrível da vida. Poder desfrutar em dose cheia da melhor companhia: eu. Em um porto, para lembrar de que somos barcos e não um cais. Para lembrar também, que a vida é uma viagem, e nenhum destino tem volta. Porque quando regressamos, já não somos mais o mesmo que partiu. Com sua imensidão, o mundo só quer um mergulho com peito aberto e coragem. Assim vamos. Olhar pro céu, vê-lo mudar de cor, de azul gris pra um morado majestoso, embarcações movendo-se distante, vagamente, ao seu ritmo. Sentar, balançar os pés, respirar com calma e sentir a presença de existir no mundo. Exalar gratidão por dias, que embora poucos, tem sido tão incríveis. Gente que tem passado, como uma estrela cadente que desaparece depois de tanto brilho, e deixa um pouco de si, leva um pouco de nós.

Foto: Joyce Gabriella Barros | Baía de Santa Marta - Colômbia / 2018

Ah, Santa Marta, será que fui eu quem estava aberta demais pra receber pessoas tão estranhas e diferentes a me ajudar ou são vocês que tem essa amabilidade nata? Olhar pro céu e não ter um por cento que seja a reclamar de nada, absolutamente nada, é a melhor sensação que pode haver. Cambiar a vida, sentir o som do mar, meninos brincando de fundo, sonhos anoitecer. Pensar por um momento. Meter a mão no bolso. Encontrar dinheiro. O contentamento não vem daí, mas um lugar pequeno guarda grande gratidão. E de fundo, Bob Marley a dizer: "don't worry about a think, 'cause every little is gonna be alright", que sim, foi pra mim naquele momento, justo naquele momento, eu sei. 

Pra que se preocupar? Tudo sempre dá tão certo, tudo sempre caminha tão bem pro bem acontecer. No fim das contas tudo se encaixa, até as horas se ajeitam pra esperar o melhor. ¡Que rico é o viver! "Tão linda viajando solita por esse mundo", disse uma senhora para mim a caminho do terminal enquanto conversávamos sobre meus itinerários. Linda, sim, e feliz por estar escancarando o coração pro desconhecido cada vez mais sem pensar além das efemeridades. 

BARROS, Joyce Gabriella. 
Santa Marta, Magdalena. Colômbia - Abril/2018.

24 de abril de 2018

Global Volunteer e a revolução da infância @ AIESEC Brasil


Só quem passa duas horas por dia pra chegar no trabalho e mais duas pra voltar em uma cidade de 1.775 km², sabe. Eu tô falando da Colômbia. Eu tô falando de Bogotá. Não trata-se do percurso em si, mas basicamente de uma série de fatores, que entre tantos, envolve demasiados "trancones" no trânsito, se assim for plausível de entendimento.

Às vezes um sorriso muda tudo. Ou quase sempre. Um quase choro de tristeza, de alegria, ou de algo que você não sabe bem o quê. É difícil entender um coração, mais ainda de uma criança, e mais, mais ainda, de uma criança com um idioma materno diferente do seu. Será que somos capazes de escutar tudo o que falam? Seus rumores, suas manhas, ou táticas pra chamar um pouquinho mais de atenção? Faz parte entregar os ouvidos, abrir as emoções para receber de pronto tudo o que eles têm pra nos ensinar. Toda essa experiência com pequenas grandes pessoas me faz enxergar o quão ainda temos pra aprender, pra alcançar, pra libertar, visto que, mais do que nunca, são eles o futuro, e nós também, claro. Mas estamos em uma construção mais avançada, mesmo perdidos, sabemos pra onde ir, ou não. Somos uma espécie de guia para eles, razão pela qual sua ternura muitas vezes se perde nos cinzentos ares de um simples "não". Nãos esses, que muitas vezes aprisiona, e cria um emparedado de tijolos à sua frente, banindo toda criatividade e possibilidade de gritar ao mundo anseios, que, os maiores muitas vezes julgam como desnecessários, ou não tem ouvidos suficientes para tanto. 

Revolução é a palavra. É abrir os limites das asas e deixar que sonhem, e mais que tudo, lhes instruir a isto, ser asa, ao invés de raiz. É ser chão, quando necessário, todavia. Nem sempre é fácil, porque alguns já vem com a barreira de berço, desde a hora em que mesmo não sendo uma decisão própria, vieram a conhecer o mundo. 

Que sejamos luz e assim deixemos cavado cada espaço em branco em que muitas vezes não sabemos o que dizer a uma pergunta tão inocente quanto sua essência. Que sigamos sabendo disseminar o amor na sua razão mais pura, sempre interligando ao ato de fazer algo bom pelo outro e acrescente ao menos um pouco naquilo que ele é de verdade. Que saibamos deixar nossa marca, nunca esquecendo o que fazer para deixar nossos pedaços mais importantes, e acima de tudo, sabendo compartilhar um pouco do brilho nos olhos tão puros de cada um, também.

Foto: Joyce Gabriella Barros at Fundación Jesús el Buen Pastor | Bogotá - Colômbia 2018

BARROS, Joyce Gabriella Barros.
Bogotá - Colômbia, Abril/2018.