4 de julho de 2013

Ardiloso, vou-me embora...

Às vezes, o coração encontra-se tão cheio, que faz-se necessário que os sentimentos contidos no mesmo extrapolem, e quando isso acontece, a gente exala poesia até pelas cavidades nasais. A paisagem ajuda, o clima contribui e os pássaros eclodem até mesmo da terra, conspirando para acalentar palavras doces presas do lado de dentro. Não sei dizer se é bom ou ruim, só sei que foi, é, e sempre será assim.


Eu quero paz
Mas não tenho
Não posso ter
Teu riso tem me perturbado dia e noite

Tu tens um jeito ardiloso de encaixar as palavras no lugar
Subornou meu coração
E mesmo sem premeditar
Fez de tal modo que eu não consiga mais pensar n'outra coisa
[se não no teu cheiro, nos teus cabelos negros cor-de-macio

O pior é que me provocas
Alimentas um sentimento que nem sabes que existe
Mas não profiro
Pelo contrário
Apenas escondo
Conjeturando que tu adivinhes

Tentei sabotar meus pensamentos
Não tem jeito
Tu tens me afetado de tal maneira
[que infelizmente, preto, tá difícil segurar

Desgraçada nostalgia
Nem pra isso controlar 
Fez de mim gato e sapato
Não consigo olvidar

É amargo não te ter
Não poder te reiterar
Sentir o veneno da tua boca que engana
E de tão doce
[chega a retrair o ar

Me maltrata, me anima e me ilude
Toda vez que chega perto pra cantar histórias de ninar

Não importa a circunstância
Se estais do lado, longe
[ou talvez dentro do peito
A marca que deixastes
Jamais passará
Apesar de te apetecer
Não há remorsos
Mas não aspiro mais ficar


(...)
(Joyce Gabriella Barros)

23 de abril de 2013

Raízes de um futuro não muito distante


Foto: Emily Kendall

A cada dia que passa, raízes de um futuro não muito distante vem com toda força, e trazem consigo o medo e as incertezas de coisas que provavelmente podem acontecer. Em certas horas tudo e qualquer coisa é possível, até que você para pra pensar sobre o modo no qual as coisas estão fluindo, e mesmo que tudo aquilo soe contra os seus princípios, você decide seguir em frente, pois a partir dali, nada tem uma conclusão imediata, nada mais possui certeza de permanência. 

Não há nada de errado deixar as coisas acontecerem ao seu denominado ''curso de desenvolvimento natural'', porque no fundo, cada ser humano carrega dentro de si, a crença de que se as coisas estão sucedendo de tal maneira, é porque existe algo chamado destino

Muitos tem medo do seu destino não ser tudo aquilo que antes havia sido milimetricamente planejado, outros apenas têm grandes objetivos e vão seguindo do melhor jeito que lhes cabe para chegar até eles, porém as consequências, ou atos coadjuvantes, vão sempre se modulando durante o trajeto, o que faz a história ficar interessante, pois a parte boa da vida é aquela que você ainda não conhece, ou melhor, aquela que você não sabe o que acontecerá no final.

Joyce Gabriella Barros