20 de agosto de 2011

Todo amor que ainda existe


Estamos velejando. Nosso barco é  mais belo de todos. Logo, ele fora construído às pressas, pois nós dois não queríamos perder tempo para esse amor. A cada dia que passava ele enfrentava situações novas, porém uma coisa que jamais suportava, eram as tempestades. Nunca chegamos a enfrentar uma tempestade imensa, porém na primeira chuva, nos sempre nos entregávamos, acreditando que não superaríamos. 

O tempo foi passando, o barco mesmo tendo todas as recaídas em pequenas tempestades nunca parou, sempre seguiu em frente. Muitas vezes, na primeira onda que passava, ficava prestes a virar, e pensava em desistir. Mas foi levando. Como tudo que é bom, existiam também os dias de sol, felizes e sem nenhuma amargura. Certo dia, o motor dessa barco parou, ficamos sem saber o que fazer, mas como juntos éramos fortes o suficiente para enfrentar quaisquer tipos de situações, relevamos. 

Os dias se passaram, o velho barquinho ficou desgastado o bastante para chegar ao ponto de não aguentar mais flutuar. O barco foi afundando, a água foi tomando conta dele, e tudo o que era bom, foi sendo engolido pelas terríveis profundezas de um mar profundo e voraz. Carregamos a certeza que não passaria da última tempestade. A noite veio mais outra onda, e o barquinho sobreviveu a mais uma. No entanto piorava a cada dia mais e depois de tantas tempestades, dias de sol, felicidades e sorrisos, esse barco naufragou. 

Deixou consigo apenas lembranças inapagáveis de um momento que jamais voltará. O que sobrou de toda a tragédia foi uma boia salva-vidas. Ela salvou o nosso amor, e ainda que pequeno, está presente todo aquele que não morreu no náufrago, que foi forte o suficiente para suportar. 

Joyce Gabriella Barros