2 de maio de 2017

Amar amando as vontades gritantes

Existe uma força enérgica que permeia os seres apaixonados e atiça os corpos estarem em constante atrito, mesmo em estado remoto. No lado positivo e abstrato da coisa, estar sempre em movimento, interagindo, dançando. É caminhar por igual, para que quando o encontro aconteça, o mergulho no mundo do outro seja ainda mais intenso. Assim, os beijos se tornam mais calorosos, abraços mais firmes e as mãos, sedentas pela exploração. Quando é inexprimível, transborda o que os olhos não podem calar mil vezes, mas ciente de que todas as formas existentes seriam insuficientes. 
Sabe a sensação de estar em um lugar cuja língua não é a sua nativa e é necessário expressar algo muito específico mas nenhuma das palavras conhecidas da gaveta do vocabulário se adaptam? É a mesma coisa com a expressão do amor. Do quanto se ama. Com o querer. Com a vontade gritante que existe dentro. É como um abraço no azul do céu fazendo com que a camada cinza dissipe tudo que há de não tão bom, revestindo tudo de luz. 
O Beijo,1907. Gustav Klimt.
É apreciar com calmaria a saudade, sentir doer um pouco até que se eleve para a invasão da paz em todo o ser, seguido do fogo da emoção a queimar veemente. 

BARROS, Joyce Gabriella. 
01 de Maio de 2017.

24 de abril de 2017

Today is Monday!!!

Hoje é segunda-feira! Dia internacional do início da dieta, da mudança que viemos prometendo desde a quinta-feira da semana passada, dia de revolucionar, de amar o próximo, mudar as atitudes, ser um humano melhor, plantar uma árvore, ou de arrumar a bagunça do quarto que vem sendo adiada há semanas... é o tal do "amanhã eu faço/começo/renovo" de todo domingo a noite... é dia de ser diferente!

Mas será que essa transformação tem surtido tanto efeito assim, do sentido dentro-pra-fora e tem ido além da segunda-feira?

Com toda a hipocrisia do mundo escrustada nos ditos acima, eu sou uma das 99,9999% da massa global procrastinadora de vontades que joga todas as responsabilidades sem medo nas segundas-feiras, que por haver duas, três, ou quarenta e quatro por ano, agem como se não pudesse haver uma possível saturação ou um chega pra lá bem dado da vida.

Começar às segundas-feiras é fácil, mole, a coisa mais suave do mundo que nem parece que existe a parte difícil(?). As vezes nem é, a gente só faz parecer com que seja. Conservar a longo prazo o novo plano de vida que daria todo um sentido pra ela e atrelaria aquele olhar vivo que reluz feito ouro, como quem está prestes a começar um novo projeto, é a maior revolução que podemos fazer dentro da gente. Manter o pulso firme diante das adversidades, intempéries ou como queira chamar, é uma tarefa árdua, que sem dúvida requer um policiamento interno muito forte de você para com você mesmo. É aquela velha história de tomar as rédeas de si mesmo, lembra? De quando nossas vontadezinhas estão a ponto de nos dominar, pegá-las pelo braço com os seguintes dizeres: Chega!!!!! Isso não é o melhor que pode fazer por mim. Quem manda em você, sou e-e-e-e-u! E basta.

A receita é básica: Sempre que se sentir caindo, tomar equilíbrio, respirar, levantar e recomeçar. Necessariamente nessa ordem.

2017 possui 52 novas oportunidades de melhorar a cada semana. E bem..., estamos na 17ª, pra ser mais precisa. Tem muito chão pela frente ainda, né?! Mas pensando melhor, são mais 35 novas maneiras de recriar os planos, fazerem-os melhores, ao invés de erguer pausas catastróficas ou a bandeira vitimista do 'eu não posso' que contraria o projeto inicial.

E aí, segunda após segunda, dia após dia, everytime, vamos nos tornando outro sem percebermos, alheios àquele antigo eu insistente preso à monotinia barata de ser sempre um... e a segunda-feira passa a ser só uma marcação no tempo, um dia de coisas totalmente novas que caminha com os próprios pés e não com os empurrões de barriga.



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BARROS, Joyce Gabriella. 
SEGUNDA-FEIRA, vinte e quatro do quatro de dois mil e dezessete.