1 de dezembro de 2015

Energias da última sexta-feira de novembro

Sabe que eu vejo muita consistência no uso do álcool? Primeiramente porque acabei de fazer uso dele, em uma dose exageradamente rápida e aguçada, com uma pequena procedência de vontade de que o efeito fosse assim, instantâneo. Sinto ondas percorrerem pelo meu corpo e sabores coloridos que afagam minhas ânsias. Só o álcool pra me alimentar. Me vejo transbordar em gostos, nesse vazio que me faz sentir pequena aos olhos do mundo, e sem voz, calo tranquila, deito, sobretudo, na vontade de que o amanhã não me pertença, e faço pouco caso da vida, como se não ela fosse trágica o suficiente para nunca me abalar. 
Eu gosto das chegadas e das partidas, mas tenho apreço continuo e contributo para o espaço de tempo e razão que se encontra no meio termo: a tal da saudade. 
É uma falta dos sintomas que atracam minhas angústias de só alguém que sabe, tão silenciosamente me entender. Não há sufoco e desatino, é só uma maldita forma de compreensão que eu não encontro com totalidade tão simplesmente. E basta, sigo cega, sonhando que de uma maneira ou de outra, a plenitude me pertença, e falta um ar, porque o primeiro deles, meu querido álcool, fez meu mundo desabar quando pôs os pés no chão.
Joyce Gabriella Barros.

20 de novembro de 2015

Ano de efeitos anestésicos inesperados

Pouco menos de um mês para tudo mudar, ou mais, para o ano renovar, encetamos a realizar pequenas sínteses emocionais que vez em quando começam a pairar dentro da mente, e vem aquela pergunta trivial, 'o que eu eu fiz da minha vida esse ano?', algumas pessoas podem não entender ou considerar, mas, cada ano que passa tem sido o melhor ano da minha vida, sem favotismo ou algo do tipo, sou devota e adoradora de tudo aquilo que estou vivendo, independe da fase, da época, das profundas ondas de nostalgia e das baixas emocionais, que apesar de tudo, sempre sobrevoam nossa mente como uma nuvenzinha de poeira nivelada a pairar sob a cabeça. 
O que tiro de tudo isso é que todas as experiências, boas, maravilhosas, e até as que causavam sensação de descontentamento, são aceitáveis, adentrando no fato de que parando para pensar nas tais, na ordem hierárquica dos fatores, as melhores estarão em primeiro lugar (é claro), estando todas elas estão intrínsecas à mim, me fazendo crescer absurdamente nesse novo giro do planeta.
Eu sou imensuravelmente grata pelas cadeias de afeição que construí ao longo desses quase 365 dias, pessoas que conheci, que me fizeram conhecer outras pessoas, e apesar de tudo, sei que ainda há mais coisas por vir. Não dá pra explicar esse recheio de novos ensejos, ocasiões fortuitas e transcendentais, oscilações mentais que fizeram minhas emoções viajarem sem sair do lugar, porque nós sempre achamos que o tempo está passando demasiadamente rápido, ou talvez nem esteja, estamos apenas acostumamos a viver leve e devagar, presos à uma zona de conforto que faz com que os dias sejam extremamente repetitivos e monótonos, e mudar faz isso conosco, gera essa fluidez dos dias vagarem lentamente, sobretudo o que vivemos, que extraído de um dose de pequenas comutas diárias, constituem a consistência do que levaremos de extrato para os novos dias que iremos atravessar. Vitalidade de espírito talvez seja isso, viver como se cada dia fosse singularmente único esquecendo as possibilidades do amanhã, que pode ser surpreendente e sempre te leva para zonas inimagináveis, chegando à conclusão de que estamos exatamente onde deveríamos estar e nada disso tempo nenhum pode roubar.

Essas são as notas sutis de um ano de efeitos anestésicos inesperados, um desabafo repetino e conciso de tudo o que foi, apesar da prolixidade. Único, como nunca mais será, exato porque depois dele, toda órbita será mais intensa e isenta de comparação. 

Agradeço à minha saúde, à beleza da vida, do sol que me ilumina todas as manhãs, a lua que brilha e torna cada noite intransigente, aos céus estrelados carregados de devaneios inverossímeis e às minhas escolhas, que me levaram para onde estou indo agora, um desconhecido porvir.

Joyce Gabriella Barros.

19 de novembro de 2015

Lista: 10 dias, 10 filmes e 10 documentários


  Oi, gente! Segunda-feira da semana passada comecei uma meta de assistir dez filmes e dez documentários em dez dias, os motivos principais: manter o cérebro ativo e aumentar o repertório vs. capacidade de retenção imagética pra tentar estimular melhor a memória, e o resultado vocês podem conferir aí embaixo, onde as estrelas são referentes às notas de cada um. 
   Os filmes/docs foram assistidos em horários totalmente aleatórios, sem alguma ordem, durante todo o dia. Outra coisa que vale lembrar é que não foram elaborados quaisquer tipos de listas, ou melhor, foi um lance de intuição, batia a vontade de ver o filme ou o doc do dia, e era dada a largada para a procura. 
    Não foram muito difíceis de pesquisar, a maioria era encontrada na Netflix, e confesso, muitos se tornaram uma surpresa pra mim, do tipo 'por que eu não encontrei este filme antes?', distrações à parte, foi uma experiência divertida estabelecer um objetivo e cumpri-lo sem restrições, porque de certa forma, você ganha um acúmulo de experiências mais interessantes, visualmente falando. 

Dia 1 - Bauhaus: The New Face of The Century XX (doc)     
            Remeber Sunday (filme)   

Dia 2 - Orgasm Inc. (doc)    
            The Perfect Host (filme)     

Dia 3 - Aftermath: Population Zero (doc)     
            The Kings of Summer (filme)     

Dia 4 - Future in 2111 (doc)    
            Premium Rush (filme)    

Dia 5 - Comprar, tirar, comprar: La Historia Secreta de La Obsolescencia Programada (doc)     
            American Beauty (filme)     

Dia 6 - 1,99: Um Supermercado Que Vende Palavras (doc)    
            Jeepers Creepers (filme)    

Dia 7 - Living on One Dollar (doc)     
            Would You Rather (filme)    
         
Dia 8 - Tipografia Vernacular (doc)    
            Nove Crônicas Para um Coração aos Berros (filme)  

Dia 9 - The Thread (doc)    
            Sill Alice (filme)     

Dia 10 - Memory (doc)    
              Tuck Everlasting  (filme)    

Gostaram dos filmes assistidos? Já viram algum? Conta pra gente! Beijoxxx!

13 de outubro de 2015

Intimidade: prós e contras, Martha Medeiros (1999)

imagem: tramp.com.br
        As pessoas desancam o casamento. Dizem que o amor mingüa, que o sexo começa a rarear, que a rotina é acachapante. Dizem, dizem, mas as pessoas seguem casando e mantendo-se casadas por quilométricos anos. Qual é a boa dessa história? Uma jóia chamada intimidade. Íntimos, muitos acreditam, são duas pessoas que possuem relações físicas e emocionais entre si. É bem mais que isso. Intimidade é você não precisar verbalizar tudo o que pensa, é aceitar a solidão do outro, é estarem familiarizados com o silêncio de cada um. Intimidade é não precisar estar linda em todos os momentos, não precisar ser coerente em todas as atitudes, é rirem juntos de uma história que só eles conhecem o final. Intimidade é ler os olhos, os lábios e as mãos de quem está com você. Mais do que repartir um endereço, é repartir um projeto de vida. Não basta estar disponível, não basta apoiar decisões, não basta acompanhar no cinema: intimidade é não precisar ser acionado, pois já se está mentalmente a postos. Intimidade é não ter vergonha de ser o que a gente é, não precisar explicar coisa alguma, ser compreendido e brigar sabendo que nada irá se romper. Intimidade é não precisar andar na ponta dos pés pelos corredores de uma vida compartilhada. Muitos mantém-se casados por causa desse idílio que é não precisar se anunciar todo dia como um investimento seguro, podendo inclusive usar aquelas camisetas puídas e comer o "s" de um palavra no plural sem que a sua cotação desabe. Só há uma coisa ruim na intimidade: a falta que faz um pouco de cerimônia. Calcinhas penduradas no banheiro, o telefonema sempre na mesma hora da tarde, o arroto que dispensa o pedido de desculpas, o lençol amarfanhado, a TPM todo santo mês, o mesmo perfume, as mesmas reações, o mesmo cardápio. O lado negro de um matrimônio feliz. 
      O casamento dá uma intimidade rara, apaziguadora, salutar. Não há máscaras nem teatro: é o habitat natural de um homem e de uma mulher que se querem como são. A intimidade salva as relações extensas, a não ser quando as corrói. Contradição maquiavélica. O melhor e o pior dos mundos, nos obrigando a escolher entre o habitual e a novidade, entre a paz e a adrenalina, entre a rede e o salto. Sedução x segurança: que vença o melhor.

23 de setembro de 2015

Assim falou Zaratustra, p. 17 - 19

Eu só amo aqueles que sabem viver como que se extinguindo, porque são esses os que atravessam de um para o outro lado. Amo os grandes desdenhosos, porque são os grandes adoradores, as setas do desejo ansiosas pela outra margem. Amo os que não procuram por detrás das estrelas uma razão para morrer e oferecer-se em sacrifício, mas se sacrificam pela terra, para que a terra pertença um dia ao Super-homem. Amo o que vive para conhecer e quer conhecer, para que um dia viva o Super-homem, porque assim quer o seu acabamento. Amo o que trabalha e inventa, a fim de exigir uma morada ao Super-Homem e preparar para ele a terra, os animais e as plantas, porque assim quer o seu acabamento. Amo o que ama a sua virtude, porque a virtude é a vontade de extinção e uma seta do desejo. Amo o que não reserva para si uma gota do seu espírito, mas que quer ser inteiramente o espírito da sua virtude, porque assim atravessa a ponte como espírito. amo o que faz da sua virtude a sua tendência e o seu destino, pois assim, por sua virtude, quererá viver ainda e deixar viver. Amo o que não quer ter demasiadas virtudes. Uma virtude é mais virtude do que duas, porque é mais um nó que se aferra o destino. Amo o que prodigaliza a sua alma, o que não quer receber agradecimentos nem restitui, porque dá sempre e não se quer preservar. 

Amo o que se envergonha de ver cair o dado a seu favor e que pergunta ao ver o tal: "Serei um jogador fraudulendo?" porque quer submergir-se. Amo o que solta palavras de ouro perante suas obras e cumpre sempre com usura o que promete porque quer perecer. Amo o que justifica os vindouros e redime os passados, porque quer que o combatam os presentes. Amo o que castiga o seu Deus, porque ama o seu Deus, pois a cólera do seu Deus o confundirá. Amo aquele cuja alma é profunda, mesmo na ferida, e ao que pode aniquilar um leve acidente, porque assim de bom grado passará a ponte. Amo aquele cuja alma transborda, a ponto de se esquecer de si mesmo e quando esteja nele, porque assim todas as coisas se farão para sua ruína. Amo o que tem o espírito e o coração livres, porque assim a sua cabeça apenas serve de entranhas ao seu coração, mas o seu coração leva a sucumbir. Amo os que são como gotas pesadas que caem uma a outra da sombria nuvem suspensa sobre os homens, anunciam o relâmpago próximo e desaparecem como anunciadores. Vede: eu sou um anúncio do raio e uma pesada gota procedente da nuvem; mas este raio chama-se o Super-homem.
Friedrich Wilhelm Nietzsche, filólogo, filósofo, crítico cultural, poeta e compositor alemão do século XIX.

17 de setembro de 2015

Atividade = oportunidade!

Só queria dizer que, em cada atividade, seja ela remunerada, física, acadêmica, ou qualquer uma outra, tem-se a possibilidade de uma oportunidade (atividade = oportunidade!). Automaticamente, o cérebro traça um paralelo diante do que está acontecendo, começando a analisar com perspicácia os detalhes, relembrando porquês, principalmente. É um fado, nada acontece sem razão, está tudo interligado. Há um labirinto dentro e fora de nós. Se pudêssemos olhar nossa vida de cima, saberíamos do que se trata, porque todos os caminhos denotam o mesmo fim, é o chamado destino; 
Existem direções infindas, mas a intuição sempre faz-nos seguir àquela que convém, aquela que lhe trará experiências relevantes com maiores significações para a jornada, mas o resto está lá, apontado. Tive esse pensamento rápido enquanto voltava para casa hoje mais cedo, não sei se sabem, mas tenho uma loja online, e muitas vezes, para satisfazer os desejos das pessoas que se sentem atraídas pelos meus produtos, me esforço para levar até elas - nem tanto um esforço, porque pra mim (mesmo isso soando como clichê), não vejo nada mais válido do que um sorriso de satisfação no rosto de quem se interessa pelo que eu vendo, e a partir disso, me sinto na obrigação de, muitas vezes, levar as peças até a sua casa. Não é uma tarefa fácil. Em alguns casos, percorro lugares desconhecidos que nunca percorri, conheço gente que nunca vi, e melhor, aprendo que o mundo (ou até mesmo a minha cidade) tem mais faces do que se imagina. E vou me virando, procurando, perguntando, observando os deslimites do que me circunda, por onde passo, onde piso, até encontrar o lugar que estou sendo chamada... porque está escrito, tem que ser assim, tudo é válido, aprendizado.
Joyce Gabriella Barros.

"A curiosidade é a nova coragem."

15 de setembro de 2015

A metade do inteiro do meu limão


Ele guarda um poço profundo nos olhos, e perspicácia tamanha. 
Sua percepção tem uma sensibilidade intensa, que misturada à minha, faz-nos permear por toda parte, amplitude e significação. 
Como pode ver detalhes que não vejo? 
Explorar uma aresta na qual despercebi, e assim, completarmo-nos
diante das facetas da superficialidade e das agudezas do que se vê?
É lindo como sente, 
a capacidade explorável instinta instância à palma da mão,
que mais parece um pulsar do coração, 
emocional, 
vem da raiz, 
e sem sentido coloquial, 
traçaram-nos meio a meio
feito bissetriz.
Dissecou nossas ideias e implantou-as um no outro mesclando precipícios físicos dos nossos mundos invertidos.
É como se a gente fosse único, colado, só um. Às vezes ele fala, e sinto um gosto guardado,
e até confundo sem saber se fui eu. 
Ele completa meus sentires com uma sagacidade infinda de espíritos,
magia,
adjeção,
que eu não sei como é pode, que com tanta gente no mundo,
exista alguém que seja a metade do inteiro do meu limão.
Joyce Gabriella Barros.

14 de setembro de 2015

Diálogos Recíprocos, sessão 2


"Não tinha certeza se viagem, coisa profunda e além do tipo. Eu só já sabia de nós... naquela noite de fevereiro, senti uma sensação íntegra de que a cidade e o mundo eram só nossos, e apesar do todo que te rondava, eu era o teu completo e só eu seria capaz de proteger-te de tudo, por ser o teu escudo, e enfim, a tua paz. Quando você me pediu para eu não te deixar por nada, ''fica comigo'', eu simplesmente peguei na tua mão e agarrei a incógnita, fiz da tua casa o meu abrigo e feliz, não me senti mais só. Não sabia onde estava, tampouco quem era, mas era seguro, algo chamava de porto. O lado mais afiado de sermos passageiros da noite é que parecíamos únicos no mundo, e ele, pequeno demais para as nossas vontades. Sinto que em breve isso voltará, tudo será nosso outra vez, podendo desbravar tudo lado a lado. Meu tempo é todo teu, você espanta do meu peito todos os males do infinito."

*escrito com base em um paralelo de cenas passadas e futuras captados da mente. Viva a universalidade das ideias!

"Inspirador! Arte! Intensidade de pensamentos! O que é o espaço e o tempo das mais profundas e mais intensas ondas do pensamento, ainda mais quando imersas na fonte inspiradora do amor? Viagem astral! Pontos, palavras-chave. Sinta-se privilegiada por conseguir atingir esses estados de leveza espiritual, e... por falar daquele dia, ali foi certeza, sentimento rápido, crescente... qual o limite de duas almas pensantes e amantes? Não há. Me ama, te correspondo. Apenas te quero."

Diálogos Recíprocos, setembro de 2015.

10 de setembro de 2015

Sobre manchas de fumaça e presenças infindas

Eu não preciso de uma porta em que você chegue em meia hora, me chame pra gente ir embora, pra ser feliz ou nunca mais. Eu só preciso manter. No presente do infinitivo. Do infinito de nós dois. Tua calma me sacia, lambuza meus pensamentos e a razão corre solta pelo ar dentro do seu perfume veloz, que se propaga dentro da minha emoção como dentro de uma canção, e as horas se repartem fazendo com que eu sinta o calor da tua pele de uma maneira tão natural, que causa certa ânsia pelo mais que ainda não pousou. E aí, as asas do tempo nos pressionam, o sentimento que reluz é o calor das tuas mãos entrelaçando as digitais. E você está, mesmo sem estar. Por rápidos segundos minha realidade cai, a razão corroí, e te sinto. Sem saber. Você está. E são os segundos mais felizes do meu dia. O ápice carnal da tua presença não é constituído por nós, mas pelas nossas almas, que inertes frente a frente à outra, se misturam, e não existem conflitos magnéticos, tudo se dá tão bem e fluido que eu desejaria tudo aquilo para mim em todos os sempres que habitam os planos da existência.
Joyce Gabriella Barros.

8 de setembro de 2015

Filmes e livros lidos nas férias do último mês

Oi, gente! Como vocês sabem, eu não sou muito de ficar dando rodeios quantos aos posts aleatórios, e nesse, eu apenas gostaria de contar o quanto as férias têm sido produtivas e relevantes no que diz respeito a variabilidade literária e cinéfila. Por isso, vou listar aqui todos os filmes e livros, vistos e lidos, respectivamente, com os links das sinopses. Não se assustem com a quantidade, eu nunca tinha intensificado esse lado, então resolvi experimentar. Já falei também, que não sou muito fã de série, curto uma pegada mais efêmera, como filme mesmo. Vejam só a minha e opinem!


Filmes: 

1. Só Dez Por Centro É Mentira 4,0
2. My life without me 4,0
3. The Imitation Game 4,0
4. The Prestige 3,5
5. Last Night 3,5
6. L'écume des jours 4,0
7. The Universe 4,0
8. Limitless 4,0
9. BBC Horizon - Which universe are we in? 4,0
10. Sense8 (Season 1) 4,5
11. Latitudes 3,5
12. O Palhaço 3,5
13. Like Crazy 3,0
14. Chef 4,0
15. 1984 3,5
16. Cansada de Besar Sapos 3,5
17. Hors de Prix 4,0
18. 127 Hours 4,0
19. Hiroshima: History of World War II 4,0
20. Paris-Manhattan 3,5
21. Mitt Liv som Hund 3,5
22. L'Art D'Aimer 3,0
23. Once 4,0
24. Starbuck 4,0
25. Dead End 0,5
26. If I Had Wings 3,5
27. Preservation 4,0
28. Fritt Vilt III 3,5
29. Narcos (Season 1) 4,5
30. Átame! 4,0
31. Amor de mis amores 3,5


Livros:

1. Fim, de Fernanda Torres
2. Um Designer Sozinho Não Faz Milagres, de Silvia Grilli
3. Le Petit Prince, de Antoine Saint-Exupéry
4. Controle Remoto, de Rafael Cardoso
5. A Última Névoa e A Amortalhada, de Maria Luisa Bombal
6. A Vida Intelectual, do padre A. D. Sertillanges (Em andamento)

Ps. Vocês devem ter achado um pouco estranho não haver nenhum filme carregando as merecidas 5,0 estrelas, não é? Mas se deve ao fato de merecimento por sempre ter aquele defeito básico que põe um pouco à perder, sem falar que se houvesse realmente O filme, ele seria o primeiro lembrado no quesito 'o melhor dos melhores', e apesar do meu repertório ser considerado muito bom e eu levar comigo grandes títulos assistidos, quando é considerado um excelente filme, leva na faixa de 4,0 estrelas, o que soa meio como 'nota máxima' pra mim. Hahahaha. Espero que tenham gostado. Au revoir!

7 de setembro de 2015

Diálogos Recíprocos, sessão 1

"Independente do contexto, textos como aquele são muito importantes para mim. O uso do seu dom como poeta para descrever nossas energias é incrível. A minha vontade é apenas de gritar que te amo."

"Gosto de transpor sensações! Desaguar em você, desnudar meus sentimentos e mergulhá-los atados nós. Grita! Grita! Grita! Mas grite para dentro de você mesmo para eu poder te escutar. Não em forma de ondas sonoras, mas energicamente elas chegam até mim, impulsionando nossos sentires que fazem sermos tão bonitos quanto somos, sem ponderar."

"Já estou gritando. Estou muito feliz. Sou muito feliz com você!"

"Falei o mesmo para dentro de mim agora, precedida de um arrepio. Lê-se 'certeza'."

"A igualdade que compartilhamos é mais um fator para as nossas certezas. Apenas siga comigo. Mãos dadas sempre."

"Sempre. Concretos. Alicerces fincados com toda firmeza no chão. Um ponto fixo, um porto totalmente seguro."

Diálogos Recíprocos, setembro de 2015.

3 de setembro de 2015

Ganhe 5% do valor da sua compra de volta!

imagem: meliuz.com.br
Oi, gente! Vocês conhecem o Meliuz? Não? Então vocês tão perdendoooooo, hein?????? É simplesmente uma plataforma que permite que você receba um cashback, ou seja, parte do valor (5%) da compra de volta (apenas para lojas conveniadas com o site - que são mais de 1.600!). E o que você precisa fazer? Se cadastrar e comprar! Pra quem faz muitas compras online, essa é uma ótima oportunidade! Basta escolher a loja onde deseja fazer sua compra, escolher o produto, seguir as instruções e o resgate é feito SEM NENHUM CUSTO na conta bancária do usuário!

Clique aqui e comece a aproveitar os descontos economizando, vem!


Cupom de Desconto

2 de setembro de 2015

A Vida Plena segundo Carl Rogers

Extraído de: ROGERS, C.R. Tornar-se Pessoa (Cap.: – “Ser o que realmente se é: os objetivos pessoais vistos por um terapeuta”). São Paulo: Martins Fontes, 5ª ed. 1997 

Para alguns ser o que se é, é permanecer estático. (…) Nada pode estar mais longe da verdade. Ser o que se é, é mergulhar inteiramente num processo. A mudança encontra-se facilitada, e provavelmente levada ao extremo, quando se assume ser o que verdadeiramente se é.” (ROGERS, 1977; 155).

Observação Positiva: "Vida Plena" é um processo, não um estado de ser. É uma direção, não um destino. A "Vida Plena" é o processo do movimento numa direção que o organismo humano seleciona quando é interiormente livre para se mover em qualquer direção, e as características dessa direção escolhida revelam uma certa universalidade. 
Observação Negativa: "Vida Plena" não é um estado fixo. Não é um estado de virtude, de contentamento, de nirvana ou de felicidade. Não é uma condição em que o indivíduo esteja adaptado, cumulado ou atualizado. Não é um estado de redução de impulsos, de redução de tensão ou de homeostase.
Características do Processo

1. Uma Abertura Crescente à Experiência
Esta atitude é oposta à atitude defensiva. A pessoa torna-se progressivamente mais capaz de ouvir a si mesma, de experimentar o que se passa em si. Está mais aberta aos seus sentimentos de receio, de desânimo e de desgosto. Fica igualmente mais aberta aos seus sentimentos de coragem, de ternura e de fervor. É livre para viver os seus sentimentos subjetivamente, como eles em si existem, e é igualmente livre para tomar consciência deles. Torna-se mais capaz de viver completamente a experiência do seu organismo, em vez de o impedir de atingir a consciência.

2. Aumento da Vivência Existencial 
Esta característica implica uma tendência para viver plenamente cada momento. Uma pessoa que esteja plenamente aberta a cada experiência nova, completamente desprovida de uma atitude de defesa, vive cada momento da sua vida como novo. A configuração de estímulos internos e externos que existe num determinado momento nunca antes existira exatamente da mesma maneira. Por conseguinte, essa pessoa compreenderia que “aquilo que eu vou ser no próximo momento e aquilo que eu vou fazer nasce desse momento e não pode ser previsto de antemão nem por mim nem pelos outros”. Uma forma de exprimir a fluidez que está presente numa tal vivência existencial é dizer que o eu e a personalidade emergem da experiência, em vez de dizer que a experiência foi traduzida ou deformada para se ajustar a uma estrutura preconcebida do eu. Isto quer dizer que uma pessoa se torna um participante e um observador do processo em curso da experiência organísmica, em vez de controlá-lo. Esse viver no momento significa uma ausência de rigidez, de organização estreita, de imposição de uma estrutura à experiência. Significa muito especialmente um máximo de adaptabilidade, uma descoberta de estrutura na experiência, uma organização fluente, mutável, do eu e da personalidade. A maior parte de nós, porém, aplica à experiência uma estrutura pré-fabricada, uma apreciação, e nunca a abandona, comprimindo e deformando a 2 experiência para adaptá-la às nossas idéias preconcebidas, irritados com os aspectos fugidios que a tornam tão difícil de adaptar às nossas esquadrias cuidadosamente construídas. Abrir o espírito àquilo que se está a passar agora, e descobrir no processo presente a estrutura específica que se apresenta, tal é, uma das características da "Vida Plena". 

3. Uma Confiança Crescente No Seu Organismo
A pessoa torna-se mais capaz de confiar nas suas reações organísmicas totais frente a uma nova situação porque foi progressivamente descobrindo que, se estivesse aberta à sua experiência, se fizesse o que sente que seria bom fazer, essas reações revelar-se-iam como um guia completo e digno de confiança do comportamento que realmente satisfaz. Os defeitos que invalidam a confiança no processo em muitos de nós são a inclusão de informações que não pertencem à situação presente, ou a exclusão de informação que lhe diz respeito. É quando a memória e a aprendizagem anterior se introduzem nos cálculos, como se fossem essa realidade e não memória e aprendizagem, que é fornecido como resposta um comportamento errado. 

4. O Processo De Um Funcionamento Mais Pleno 
A pessoa torna-se mais capaz de experimentar todos os seus sentimentos e, por isso, passa a ter menos medo deles; filtra a sua própria experiência e mostra-se mais aberto aos testemunhos que provêm de outras fontes; mergulha completamente no processo de ser e de se tornar o que é, descobrindo então que é profunda e radicalmente social; vive de um modo mais pleno no momento que passa, pois aprende que é sempre essa a maneira mais saudável de viver. A pessoa torna-se um organismo que funciona mais plenamente e, devido à consciência de si mesmo que corre livremente na e através da sua experiência, torna-se uma pessoa que funciona de um modo pleno.

Conclusão 
Assim, adjetivos tais como feliz, satisfeito, contente, agradável, não parecem adequados para uma descrição geral do processo de “Vida Plena”, mesmo que a pessoa envolvida neste processo experimente cada um destes sentimentos nos devidos momentos. Mas os adjetivos que parecem de um modo geral mais apropriados são: enriquecedor, apaixonante, valioso, estimulante, significativo. O processo da “Vida Plena” não é um gênero de vida que convenha aos que desanimam facilmente. Este processo implica a expansão e a maturação de todas as potencialidades de uma pessoa. Implica a coragem de ser. Significa que se mergulha em cheio na corrente da vida. E, no entanto, o que há de mais profundamente apaixonante em relação aos seres humanos é que, quando a pessoa se torna livre interiormente, escolhe esta “Vida Plena” como processo de transformação. 


Leia o livro Tornar-se Pessoa, de Rogers, na íntegra clicando aqui.

E para complementar o pensamento, um artigo sobre 'Ser o que realmente se é' baseado na temática do existencialismo de Kierkegaard, da mestre em Filosogia, Maria de Jesus Martins da Fonseca, no site Libertas.


28 de agosto de 2015

A lacônica existência que coloriu meu dia

Hoje mais cedo, me deparei com um ser a minha frente, e ao pôr meus olhos nele, ouço na mente: "É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas."* Aquilo me soou tão magnífico, que minha primeira reação foi fitar os olhos com ar de encanto, e perguntar-me o que a mesma fazia ali, tão sozinha... apressadamente, cedi um apêndice para que retornasse, não a seu habitat, mas para algum porto que a mantivesse viva, oxigenada, saciada.


Acostei-a na árvore mais próxima, passando a enxergar a sua beleza inexplicável como nunca havia percebido em uma outra. As cores, inigualáveis, tons de azul turquesa, o alaranjado penetrante e o vermelho enérgico a cada vez que os segmentos do seu corpo cilíndrico se moviam em direção à luz, o abrir e fechar dos seus anéis lentamente se esvaindo em meio aquele mundo extraordinário demais para viver permeando a escuridão, a articulação das suas pernas, dignas de confiança da sua visão inerte, que a levariam a um lugar qualquer, que não fosse o de origem. A árvore não era o seu lugar, cada subida estava diante de um consequente declive, e por medo de alguém vê-la e contundi-la, encaminhei-a às pedras, plantas, flores, longe daqui. Mal sabia eu, que a lagarta estava em busca do seu fado, que eu interrompera naquela manhã, insistente, resultando a travessia de retorno na morte impetuosa atravancando sua missão de advertir algo que não sei o quê, indo embora, antes do bater das asas.

________________________________________________________________________________________
*Le Petit Prince, capítulo IX; Antoine de Saint-Exupéry.

15 de julho de 2015

O conjunto de toda uma obra...


Foto: Joyce Gabriella Barros
      Existe um poço profundo de carinho nos teus olhos, que mexe com os meus sonhos, e teu coração, lindo, parece que foi mergulhado em toda a doçura que existe no universo inteiro. É indefinido, mas o modo no qual nossos pensamentos conversam soa anormal e parece não sentir nada que se sujeite a uma análise comparativa... Quando eu falo que você é lindo, estou fugindo da estética do palpável. Eu cito os atributos do além, do sem porquê ou razão. É teu jeito. Teu modo de falar, se expressar, ou de simplesmente fazer manha quando está vivendo aqueles dias dengosos em que o único desejo é ficar encolhido na cama sentindo o frio de uma noite qualquer. 
     O sentimento que fica vai além de palavras, está mixado à fraternidade, e a alegria imensurável que eu sinto ao te ver. Sem querer resumir ou credenciar, você tem sido tanto, na presença e na ausência, o conjunto de um todo que eu recebi de presente futuro.
Joyce Gabriella Barros.

29 de junho de 2015

Terça-feira, 19 de Maio de 2015

Vou sentir tanto a tua falta, passarinho. Mas tanto. Que o pranto não segura e nessa hora não quer cessar. O vôo é alto e livre, as glórias, resplandecentes, tu hei de conhecer lugares mágicos, mergulhar numa cultura enraizada nos teus anseios, mudar, crescer, aprender, alçando o teu vôo pelas mais incríveis experiências que o mundo, tão rico e vasto, vai te proporcionar. 
Que nas horas mais difíceis, que bater a velha e amarga saudade de casa, você lembre do que te espera, do respeito e atenção que lhe será dado com prazer às tuas as tuas aspirações, o brilhante amanhã que você construirá com esse passo magnífico do presente. Voa! Voa! Voa! Não deixa as garras do mundo te prender, seja leve como o vento, releve, continue a jornada, não deixe nada parar seu tempo, viva o sonho, sempre com os pés no chão, claro. 
E caso um dia você pense que perdeu as esperanças, lembre-se que há um ser grande que está em todo lugar e não deixa de olhar um segundo se quer pelo seu espírito aqui na Terra, pense na sua família, que lhe acolhe emocionada, mesmo à distância, e pensa em mim, também, como uma pessoa que passou pela tua vida, aprendeu muito contigo, te fez aprender também e que independente de tudo que aconteça, apesar das circunstâncias, nunca vai deixar de torcer fortemente para que tu alcances sempre a luz dos teus projetos, tanto quanto que a felicidade absoluta sempre esteja resguardada fielmente dentro do teu peito. Voa, passarinho, a liberdade quer entrar, não deixa nunca ninguém cortar as tuas asas, porque tu é um menino puro, foi feito pra ir além.

À Felipe Almeida.

Joyce Gabriella Barros.

24 de junho de 2015

Fluídez peculiar

Sabe o que é bonito mesmo? Essa constante que nos permeia, que faz com que mesmo na distância, permaneçamos atrelados um ao outro sem contagem de minutos, horas, ou dias pro regresso, essa capacidade de viver ao longo dos dias serenamente, discutindo as estratégias, elaborando os planos e ansiando pelas horas depois do curso de ambos os rios, correndo assim, independentes, mas com os destinos sempre alados. 
É um encanto perceber que nada mudou, que tudo está como antes, aliás, só tem mudado para melhor. Nossos corpos separados, perceber que nada tem mudado, ações complementares, vivendo perenemente essa fluídez tão peculiar, como nunca havia sido antes e a maravilha de ver-te perto no fim do dia, sentir o teu sorriso acalorando minha alma, tuas palavras confortantes e o teu cheiro, inerente à memória. 
Sabe, é nessas horas que eu tenho a certeza que não preciso de mais nada, pois teu corpo é minha casa, e alma já encontrou o seu lugar...

Joyce Gabriella Barros.

8 de junho de 2015

Sempre que der... Me leia











































Sempre que estiver desanimado, para baixo, confuso, me leia. E quando der, mande um sinal de vida de onde você estiver, só para eu ter a certeza de que você está bem. Não quero impor nada sob as nossas cabeças, mas queria que soubesse o quanto é raro o reconhecimento de duas almas, que sem pretensão, se toparam, a fim de marcar suas vidas para sempre, sabendo lutar por isso e viver internamente cada sorriso, cada palavra solta vinda do lado de dentro do coração abastecida de pureza, coisa que cá entre nós, conhecemos tão bem. Eu nunca vou esquecer daquela noite na qual você me falou das tantas coisas que queria pra nós, do pouco que a gente vive em relação ao que iremos viver, dos planos e segredos, dos pactos secretos e das juras noturnas que fizemos nos momentos mais lindos de amor... As palavras, os sonhos em comum, a vida... Somos parecidos de um jeito tão peculiar, ao mesmo tempo, tão nossos, que o que fica no fim disso tudo não é a distância que maltrata, mas sim o que nós fazemos e faremos dela. Nós somos fortes, somos pacientes, o tempo passa e o tempo fica, mas se estivermos juntos apesar de não estarmos lado a lado, a presença se tornará tão eficaz e eficiente, que saberemos lidar, e você sabe, se passarmos por essa prova, vento algum cessará o que está escrito nas estrelas. Meu amor é todo teu, não custa tentar apertar os nós, pegar em minha mão e irmos além...
Joyce Gabriella Barros.

1 de junho de 2015

Eterno Retorno

O Eterno Retorno talvez seja um dos pensamentos mais conhecidos e importantes de Nietzsche, onde o pensador alemão invoca a ideia do Eterno Retorno como possibilidade de aceitar e afirmar a vida. Você viveria sua vida mais uma vez e outra, e assim eternamente? Se você fosse condenado a viver a mesma existência infinitas vezes, e nada além disso, como se sentiria? Portanto, o maior de todos os pesos é também o maior de todos os presentes: a vida não tem sentido! Nós damos sentido a nossas vidas, como um artista que dá sentido a sua obra. Que benção! Temos a chance, esta sim me parece divina, de sermos responsáveis por nossa própria criação. Nietzsche abriu a possibilidade de nos tornamos artistas! Esculpindo-nos como nossa própria obra de arte; dançando a música da vida, não pelo que acontece depois que ela termina, mas pelo prazer do ritmo e da melodia.
Tudo vai, tudo volta; eternamente gira a roda do ser.
Tudo morre, tudo refloresce, eternamente transcorre o ano do ser.
Tudo se desfaz, tudo é refeito;
eternamente fiel a si mesmo permanece o anel eternamente constróí-se a mesma casa do ser.
Tudo se separa, tudo volta a se encontrar;do ser.
Em cada instante começa o ser; em torno de todo o "aqui " rola a bola "acolá ".
O meio está em toda parte. Curvo é o caminho da eternidade.
FRIEDRICH NIETZSCHE, Assim falou Zaratustra, "0 convalescente", § 2.
Quando Nietzsche se pergunta o que é o mundo, ele assim o descreve (l978: 397): "como força por toda parte, como jogo de forças e ondas de forças, ao mesmo tempo um e múltiplo, aqui articulando-se e ao mesmo tempo ali minguando, um mar de forças tempestuando e ondulando em si próprias, eternamente recorrentes [... ], abençoando a si próprio como aquilo que eternamente tem que retornar, como um vir-a-ser que não conhece nenhuma saciedade, nenhum fastio, nenhum cansaço."

O eterno retorno é a grande prova, o grande teste de vida pelo qual cada homem tem de passar, como nos conta Nietzsche em A gaia ciência (1978: 208):
"E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "esta vida, assim como tua avives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes; e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência- e do mesmo modo essa aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!" Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasse assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse; a pergunta, diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e ainda inúmeras vezes"" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre teu agir! Ou, então, com terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"
Amor ao destino - É imponderável o quanto cada um de nós necessita estar bem consigo próprio e com a vida para dizer: "Quero isso inúmeras vezes, quero isso eternamente!". Por isso, o eterno retorno é posto por Nietzsche como um imperativo ético, seletivo. Para passar por essa prova, qualquer homem deverá ter vencido todos os ressentimentos, azedumes e depreciações com relação à vida, deverá estar imbuído daquilo que Nietzsche denominou amor fati (amor ao destino), que significa não querer nada de outro modo, nem para diante nem para trás, nem em toda a eternidade, conforme disse o filósofo em um de seus derradeiros escritos.

"O mundo e o "eu" que retornam, em cada instante, trazem consigo todas as pequenezas e todas as grandezas que lhe são próprias, o que não poderia ser de outra forma, desde que não existe nenhum outro mundo, assim como nenhum outro "eu". Poder-se-ia, entretanto, argumentar que todos os entes do mundo (incluindo os inúmeros "eus") estão em contínuo devir, ou seja, transmutando-se ininterruptamente em 'outros mundos', 'outros eus'."

Disponível em: cefetsp.br/edu/ (Acesso em 01 de Junho de 2015 10:38)

11 de maio de 2015

Afinando o tempo

Provavelmente esse é um dos dias no qual eu lembro que o tempo está ficando mais curto, rápido, e consequentemente, danoso. Atualmentes são breves, passageiros e a intensidade de seus momentos faz eles esgotarem-se imoderadamente desbastando todas as raízes fincadas no coração. As palavras são fortes, o abalo destrutivo, não suportando, transborda, aquoso, danifica e mata, consumindo aos poucos a vontade que se torna urgente, inconsequente, vivaz e quase transparente a ponto de deixar-se perceber o quão o coração está perturbado.
Pense no lado bom, pense no lado ruim, no não mais estar, no poder ter provado o doce amargo de sentir um paraíso fora do lugar, um tão bonito começo sem fim que extrapola todas as conexões, traz um mistério indigno e profundo no qual se guarda, indefinido saber se haverá mais ou tão quanto, mesmo revelando para si que nada é igual e tudo é intermitente pairável pelo ar até encontrar a bolha completa, maleável, sentimentalmente escandalosa que faça penetrar o espírito de uma maneira tão inexata e complexa, que dificulte a passagem de outros tipos de transmissões.
A vida, que permite tantos intervalos, situações relativamente profundas, que nos fazem ansiar pela discórdia e lado escuro do depois, que faz com que se morra um pouco por dentro dependendo da beleza do incerto, e ainda sim, intensa-nos a mergulhar num mar sem fim que se chama a flecha no momento crucial depois do disparo final.

Joyce Gabriella Barros.

3 de maio de 2015

Flashes que sorriem teus ânimos

Os olhos fechados sempre funcionaram bem no quesito teletransporte no tempo, é como voltar ao pico inicial desprovido de limites. Minha janela profunda, que se abre a uma imensidão de respostas e memórias, não deixa carga de dúvidas nenhuma.
Vejo teu rosto, a sinuosidade dos teus traços, que me fizeram sentir desde a primeira vez que não era preciso saber de um nome para lembrar - sem sombra de dúvidas - de um sorriso tão cortês e tão quanto, ao mesmo tempo, pecaminoso, que diz tanto sem falar, e que de tão bonito em sua plenitude e serenidade, poderia tocar no rádio como uma canção flamejante no meio de todas as outras...
Tão profunda a marca firmada que não tem pressa ou qualquer equívoco sobre o que costumava ser vão. Estaria eu falando de um segredo? Talvez. Conhecido muito bem pela natureza implícita que nos segue a todo instante e que é capaz de despertar as maiores realidades dentro da pequena existência, esvai toda solidão exalando pureza. 
São momentos seguros, 
um porto,
sem parto,
paraíso,
abraço amargo que de tão doce acalora a alma e traz agudez pro espírito, confia e quer bem e ainda sim, por mais memorável que seja em seu tráfego, não desaparece para tornar-se antepassada.

Joyce Gabriella Barros.

23 de abril de 2015

Olhando as estrelas, nada no espaço fica parado no lugar


Eu tenho pra mim que analisando todas as possibilidades, a probabilidade de te esquecer está diretamente proporcional à vivacidade que tua dourada presença traz. Intenso, secreto e amargamente doce, assim eu posso definir a tenacidade que me faz refletir a cada soluçar de uma questão que implícita a uma teoria ambígua, não tem explicação. Talvez fosse mais fácil relatar em meio a um jogo de palavras qualquer o quão todo me sinto a parte do teu, o quão calorosas são as tuas chegadas, chamadas e partidas incompletas, que se traduzem na gota de um silêncio que penetra a minha assombrosa escuridão. Despertou o melhor de mim sem a mínima intenção, trouxe aos entornos do meu mundo, o sentimento despretencioso de que eu sou muito mais do que eu posso ser através de simples e generosos gestos universais, onde moram a gratidão e o vigor, a busca pelo que não cessa, a grandeza escondida dentro de mim e no meio do complexo, completa e renova os eixos, fortalecendo o balanço da equivalência no mais forte alicerce que existe.

Joyce Gabriella Barros

10 de abril de 2015

O inevitável, o lado doce do fortuito

Illustration: Ismael Álvarez
É, aos poucos a ficha vai caindo, o tempo vai afunilando a cada vez que as notícias se tornam concretas acerca daquilo que a gente já espera porém não quer tomar como verdade absoluta e põe em vigor o quanto possa. 
O que nos resta? Profundamente, não ansiar ou esperar pelo dia que vem, ser feliz, viver os dias como cada um, lado a lado, esperando, tentando, sobrevivendo. 
Eu sinto, mas sinto muito, muito desejo de que o futuro fale por si e deixe o tempo ser o que ele quiser ser, e tomemos como memória fazer o contínuo tornar-se cada vez mais vívido. Que o destino consiga decifrar os nós, e explicar, talvez, os porquês de cada ato, de cada pergunta, de cada ausência de solidão nos momentos menos oportunos. 
A dor vai existir, mas não vai fazer moradia, já que a felicidade não é subjetiva quando você sabe que senti-la é questão de deixar ela entrar ou não na sua alma. Dicotomias acontecem, e cabe à sorte dos transeuntes colidirem mais uma vez no percurso ou não. 
Os sentires falarão mais alto, desde o instante em que a unicidade do tempo fora amarrada nos céus da dúvida, ficando lá, esperando para viver o todo não tempestivo e ser acontecido por mais uma única vez, como se não houvesse amanhã, como se o sempre fosse uma decisão e o fruto da ordem fosse um mistério para o qual nunca precisaremos questionar, porque as paixões mais fortes, se constituem através das rupturas sem porquês, de intensidades sem razão, onde o inevitável e o lado doce do fortuito são vívidos, explícitos.

Joyce Gabriella Barros.

O eterno as vezes dura apenas um segundo. Lewis Carroll.

13 de março de 2015

A separação como ato de amor

Ontem à noite eu estava devorando as crônicas da Martha Medeiros aguçadamente, no seu livro, Doidas e Santas (2008), e me deparei com esta crônica em especial, que como o próprio título já diz, busca dar provas ao amor tomando posse da mais profunda e alastrosa decisão, como saída para vivê-lo sem mágoas e sem fim: deixando-o ir embora. Nada em especial, só uma chamada para aquilo que chamamos de silêncio depois que o dia termina e já não há mais possibilidade de recrutar soldados de resgate para o que não quer mais morrer.

"É sabida a dor que advém de qualquer separação, ainda mais da separação de duas pessoas que se amaram muito e que acreditaram um dia na eternidade deste sentimento. A dor-de-cotovelo corrói milhares de corações de segunda a domingo — principalmente aos domingos, quando quase nada nos distrai de nós mesmos — e a maioria das lágrimas que escorrem é de saudade e de vontade de rebobinar os dias, viver de novo as alegrias perdidas.
Acostumada com esta visão dramática da ruptura, foi com surpresa e encantamento que li uma descrição de separação que veio ao encontro do que penso sobre o assunto, e que é uma avaliação mais confortante, ao menos para aqueles que não se contentam em reprisar comportamentos padrões. Está no livro "Nas tuas mãos", da portuguesa Inês Pedrosa.
"Provavelmente só se separam os que levam a infecção do outro até aos limites da autenticidade, os que têm coragem de se olhar nos olhos e descobrir que o amor de ontem merece mais do que o conforto dos hábitos e o conformismo da complementaridade."
Ela continua:
"A separação pode ser o ato de absoluta e radical união, a ligação para a eternidade de dois seres que um dia se amaram demasiado para poderem amar-se de outra maneira, pequena e mansa, quase vegetal."
Calou fundo em mim esta declaração, porque sempre considerei que a separação de duas pessoas precisa acontecer antes do esfacelamento do amor, antes de se iniciarem as brigas, antes da falta de respeito assumir o comando. É tão difícil a decisão de separar que vamos protelando, protelando, e nesta passagem de tempo se perdem as recordações mais belas e intensas. A mágoa vai ganhando espaço, uma mágoa que nem é pelo outro, mas por si mesmo, a mágoa de se reconhecer covarde. E então as discussões se intensificam e quando a separação vem, não há mais onde se segurar, o casal não tem mais vontade de se ver, de conversar, quer distância absoluta, e aí se configura o desastre: a sensação de que nada valeu. Esquece-se o que houve de bom entre os dois.
Se o que foi bom ainda está fresquinho na memória afetiva, é mais fácil transformar o casamento numa outra relação de amor, numa relação de afastamento parcial, não total. Se os dois percebem que estão caminhando para o fim, mas ainda não chegaram no momento crítico — o de se tornarem insuportavelmente amargos — talvez seja uma boa alternativa terminar antes de um confronto agressivo. Ganha-se tempo para reestruturar a vida e ainda se preserva a amizade e o carinho daquele que foi tão importante. Foi, não. Ainda é.
"Só nós dois sabemos que não se trata de sucesso ou fracasso. Só nós dois sabemos que o que se sente não se trata — e é em nome deste intratável que um dia nos fez estremecer que agora nos separamos. Para lá da dilaceração dos dias, dos livros, discos e filmes que nos coloriram a vida, encontramo-nos agora juntos na violência do sofrimento, na ausência um do outro como já não nos lembrávamos de ter estado em presença. É uma forma de amor inviável, que, por isso mesmo, não tem fim."
É um livro lindo que fala sobre o amor eterno em suas mais variadas formas. Um alento para aqueles — poucos — que respeitam muito mais os sentimentos do que as convenções."

Doidas e Santas, página 48; Martha Medeiros.

11 de março de 2015

Enigmas incansáveis

Faz bem ao coração tentar diluir o abrigo das memórias aspereiras? O incontável poço complexo de sagacidade de ser tudo além do que poderia ser? São perguntas e respostas que ninguém mudaria, talvez. Enigmas incansáveis, contidos no plano do pudor magnético que desmistifica ensaios, reluzentes ao clarão da mágoa, transformada em chaga antiga, emoldurada de palavras íntimas. 
Qualidade de ser onipresente, mergulhar no desprezo unilateral dos equívocos da alma, se esquivando da plenitude da existência, tal qual, consegue ressignificar um esplendor tão grato, que brilha sobre às inconstâncias do nascer de mais um novo dia. 
Desejos que não cessam, que falam despretenciosos e clamam pela parte que mais lhe cabe em outrem, ressurge atos, matura lábios, continuamente em forma de planos cíclicos e secretos absolutamente escondidos no interior do seu ego. 
Palmas para a solidão, para a plena consciência do seu caminho em vôo livre, onde o passageiro sem dor nem cura, se teletransporta para o vazio da comunhão consigo mesmo, e ainda sim vê paz, por saber que amar, é muito mais que sobrepeso no dosador de emoções. Amar, é sobretudo, ter em si mesmo, um guardador de experiências interespaciais de dentro pra fora, retomar um caminho sem volta, esquecendo os espinhos que envelhecem, ressaltando o que enobrece, e indo embora sem partir.

Joyce Gabriella Barros

9 de fevereiro de 2015

Temporariedade Miraculosa

Um olhar que briha
Que sorri a tua arcada
A toda vez que te lembra
A toda vez que te fala

Seria temperamental
se não soasse tão peculiar
em sua libertina órbita de girar
nos entornos de um mundo tão silencioso como o meu?

Atemporal temporário
Pés no chão
Soluço no aorta
amanhã, que te importa?

Vai e volta pingue-pongue
Ousadia em ser
Escutar, ato raro
Um desafio à solidão

Sorriso impetuoso
Que desarma qualquer soldado
À par de uma guerra

Cartazes que não dou
Certezas que não tenho
Eu fico
Pelo bem de uma nação
de um coração
e dos espíritos que se cruzam
em meio a multidão

Joyce Gabriella Barros

8 de fevereiro de 2015

Futuro Infinitivo

Admitamos com todas as letras, toda a força da expressão, e toda a aflição: o futuro é assustador. Chico dizia que não tinha medo das coisas mudarem, mas sim de que nada mudasse, contudo, o que denigre toda a nossa força abstrata de vontade mais profunda é o temor pelo desconhecido, pelo saber da não-eternidade das coisas, de uma durabilidade descartável que só perdura enquanto o destino se apropria. O futuro é um vento, um sopro, uma incerteza maligna que somada todos os estigmas comportamentais de uma pessoa anula coisas, e talvez consequências. 

Viver sem pensar no dia após não é lá das tarefas mais fáceis pra se levar como lição de casa para a vida, mas é a saída dentre tantas outras, já que está escrito em algum lugar que saber do dia que virá é perigoso e entediante, apaga o fogo e brasa do enigmático presente por ser previsível, trazendo as peças para montagem do quebra-cabeças, estando lá, aguardando vivências, experiências extraordinárias e dezenas de emoções sem que seja aplicável sabê-lo. 
Deixar fluir é um acordo com a cadência de cada coisa, é um salto de cabeça em um mar dado à segredos, é confiar nas próprias armas e construir a história sem medo dos finais e dos próprios recomeços.

Joyce Gabriella Barros

2 de fevereiro de 2015

Escândalos Neonasais

Não sei lidar com oscilações mentais. Sobretudo as que dizem respeito a mim. Um vazio globular preenche o peito de lava quente e esfria o leito sem hesitar, as palavras nunca devoradas suprimem qualquer ânsia estomacal profunda. Antigamente, era plausível saber o que fazer, tal qual como corresponder às invariabilidades da existência. Prazer de abrir as asas, ecoar em um moinho feito água na pedra, ganhar o mundo e ser vento da natureza inconstante.
Eu, tão pássaro, tão alto voo, não me basta poder caminhar caminhos, tropeçar em espinhos e alçar o meu lugar, só me resta estar sozinho, desvairando meu pobre e promissor destino, sucumbir com clareza os devotos desejos secretos da minha alma caluniosa que mente pro seu próprio carma quando lhe convém. Antífonas menos sonoras expressariam exatamente o que eu dizia agora, era catarse, ou uma leve mimese de algo que eu não sabia até ontem?
Hoje, provo a eu mesmo que a carne traz dentro de si um vazio indestrutível que perdura quanto menos posso me embriagar de conjecturas afáveis, e, certa de que sim, espalho coisas sem saber ao chão, na certeza de que o que deixei, verei de longe sem poder tocar, por ter asas de mais pra ficar ao relento do solo, e uma manada de sonhos pra não subir mais fundo, a penetrar galáxias de experiências e sentimentos desconhecidos fruto de toda e qualquer exploração de encantamento ínfimo, a pele fulgaz de quem não sabe o que quer, mas tem o mar atracado no porto que não faz raízes, porque sua casa é qualquer lugar.

Joyce Gabriella Barros